O sociólogo iraniano-americano Kian Tajbakhsh, cuja detenção em maio no Irã aumentou ainda mais a tensão entre Teerã e Washington, foi libertado, confirmaram fontes judiciais.

"Tajbakhsh foi libertado à noite depois do pagamento de fiança e se encontra no Irã", disse uma fonte. A libertação foi anunciada após a de outra professora universitária iraniano-americana, Haleh Esfandiari, que deixou o Irã no início do mês.

Para abandonar o país, Tajbakhsh deve apresentar um pedido escrito ao juiz com o objetivo de suspender a proibição de sair do território, acrescentou a mesma fonte. Este é o mesmo processo pelo qual Esfandiari teve que passar antes de deixar o Irã.

A justiça iraniana havia informado na semana passada que ele seria libertado sob fiança de US$ 105 mil. O tempo entre o anúncio e a libertação se deve ao fato de Tajbakhsh ter tido problemas para reunir o dinheiro, segundo a mesma fonte judicial.

Detidos desde maio ao lado do empresário Ali Shakeri, que também tem dupla cidadania e permanece preso, Tajbakhsh e Esfandiari foram acusados pelas autoridades iranianas de trabalhar a serviço dos Estados Unidos para atentar contra a segurança nacional e favorecer uma "subversão" no país. Washington, por sua vez, qualificou as acusações de "ridículas".

Na semana passada Tajbakhsh havia se reunido com jornalistas iranianos e estrangeiros na prisão de Evin, zona norte da capital. "Espero ser colocado em liberdade em breve, mas não sei quando exatamente", afirmou na ocasião.

Hoje, a imprensa americana anunciou a libertação, citando o OSI (Open Society Institute), uma instituição nova-iorquina do milionário George Soros para a qual o sociólogo havia trabalhado como consultor.

"O OSI está feliz de que este eminente universitário possa voltar a sua residência de Teerã ao lado da esposa e que esta terrível experiência tenha terminado", declarou ao jornal Washington Post a porta-voz da instituição, Laura Silber.