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Falta pessoal qualificado na indústria
Daniel Trielli
Do Diário do Grande ABC
08/11/2007 | 07:16
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Um estudo divulgado ontem pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) mostra que a indústria nacional sofre para conseguir profissionais com especialização e experiência. Ao final de 2007, as fábricas do Brasil vão ter 119.223 vagas não preenchidas por causa dessa carência.

Nesse número estão somados os déficits de mão-de-obra preparada nas indústrias química, de transporte, mecânica, de extração mineral, produtos minerais metálicos e de produtos eletroeletrônicos.

Paradoxalmente, no quadro geral (que conta construção civil, agropecuária e outros setores) vão faltar 84.021 postos para absorver a mão-de-obra disponível e hábil no Brasil. O número de vagas no mercado formal vai chegar a 1.592.047, mas os trabalhadores qualificados e aptos para essas funções vão somar 1.676.068.

“Sobram vagas em alguns setores enquanto há muita gente desempregada”, ressalta o presidente do Ipea e coordenador do estudo, Márcio Pochmann. “Estamos diante de um fenômeno novo, que é a ausência de trabalhador qualificado para algumas atividades econômicas e isso não acontecia há mais de duas décadas”, explica.

Isso significa que, ao mesmo tempo que não são criados postos suficientes, também não se investe em qualificação para que os trabalhadores concorram no mercado especializado.

O estudo também mostra que no Sudeste o drama é parecido, mas em menor escala. São 886.788 trabalhadores qualificados para 868.920 vagas. Ou seja, 17.868 pessoas que não vão encontrar vagas. No entanto, são 65.657 postos de trabalho sem serem preenchidos na indústria paulista.

GRANDE ABC

Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, o problema se reflete no Grande ABC. “A General Motors, por exemplo, precisa contratar engenheiros específicos para uma função e não está conseguindo”, afirma o sindicalista.

Para Cidão, parte do problema se deve ao abismo existente entre as faculdades e as empresas. “Devido ao surgimento de novas tecnologias – o que pegou muita gente de surpresa –, essa falta de gente qualificada pode ser uma coisa pontual. Enquanto as indústrias estão se adaptando aos novos tempos, as faculdades e os cursos técnicos ficam para trás.”

O sindicalista, que é integrante da Comissão de Emprego de São Caetano, explica que a entidade tenta resolver o problema no município. “Estamos analisando esse nicho de mercado para trabalhar a qualificação dessa mão-de-obra.”




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