O Times de Londres chamou a revoluçao de ``momentos maravilhosos'. O República, de Roma, escreveu que a ``Sérvia nasceu ontem ( quinta-feira) nas praças de Belgrado' sob um título que anunciava ``Belgrado é livre'; o jornal saudou ainda a ``revoluçao que restitui a Sérvia à Europa'.
``Com Kostunica, e contra Milosevic, uma naçao até agora associada aos piores horrores durante as guerras da Croácia, Bósnia e Kosovo, mudou seu cenário', acrescentou o jornal.
``O povo decidiu fazer história', escreveu o Corriere della Sera. Apesar de parabenizar a revoluçao, o jornal italiano nao deixou de cobrar prudência para evitar um banho de sangue. Em Bruxelas, Le Soir colocou em sua primeira página ``Uma maré humana engoliu Milosevic em Belgrado'.
Na França, Le Figaro afirmou que a ``Sérvia se libertou de Milosevic' e evocou ``a síndrome de Ceausescu' em seu editorial. O Libération saudou a ``revoluçao pacífica' e desejou ``boas-vindas' a Iugoslávia em seu editorial.
Em Madri, o Diario 16 ressaltou a queda em um dia do governo responsável por quatro grandes guerras na Sérvia. O El País abriu uma manchete dizendo ``Insurreiçao Popular Contra Milosevic' e assinalou a passividade do exército e da polícia frente aos manifestantes.
O El Mundo perguntou ``Onde está Milosevic?', lembrando que a herança que ele deixou depois de 13 anos no poder foi o peso da matança e do terror nos Bálcas.
A imprensa suíça também nao foi muito entusiasta com a ``revoluçao', fazendo questao de ressaltar que a ``festa tem uma mistura de ambigüidade', segundo ``Le Temps'.
Na mesma linha, o Basler Zeitung advertiu a tratar a questao da responsabilidade coletiva ( do povo sérvio) no momento da queda de Milosevic seria uma forte hipótese para o futuro.
O jornal conservador austríaco Die Presse afirmou que os sérvios venceram Milosevic e nao as intervençoes internacionais nem as pressoes diplomáticas.
Os ocidentais nao têm mais o direito de fazer represálias aos sérvios, mas têm o dever de ajudar o país a se reconstruir.
Em uma ``Carta aos amigos sérvios', o historiador polonês Adam Michinik, diretor do jornal Gazeta Wyborcza, aconselhou que eles sigam a linha pacífica da Polônia em vez da violenta da Romênia.
Na Alemanha, o jornal conservador Frankfurter Allgemeine Zeitung afirmou que nao saíram às ruas os intelectuais e estudantes, mas os trabalhadores, ``menos motivados pelo desejo de democracia do que pela crise econômica do país'.
``O povo nao quis se livrar de Milosevic porque ele foi acusado de crimes de guerra em quatro ofensivas armadas. O que o povo nao quer é continuar tendo um líder que nao manteve sua promessa de fazer uma grande Sérvia poderosa e florescente', afirmou o jornal.
Segundo Politiken, ``será necessária uma assistência intensificada para assegurar que a queda de Milosevic permitirá à Sérvia fazer parte da Europa'.
``Continua pendente a questao do futuro de Milosevic', lembrou o Athènes Ta Nea (pró-governo, socialista). Num editorial, afirmou que o que ``todo mundo deseja agora é uma soluçao para o ex-todo poderoso de Iugoslávia para que nao haja um novo banho de sangue'.
O ``The Guardian' de Londres rechaçou qualquer clemência com Milosevic, ressaltando que ele deve ser julgado pelo Tribunal Penal Internacional de Haia.
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