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Principal chefe do PCC está preso
08/10/2003 | 21:55
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O criminoso Marcolinha está preso. A notícia surpreendeu os homens que investigam o crime organizado em São Paulo. Não é para menos, pois Robson Lima Ferreira, 28 anos, era o principal chefe em liberdade da maior organização criminosa de São Paulo, o Primeiro Comando da Capital (PCC). Foragido desde 2002 do presídio de Franco da Rocha, Marcolinha foi detido com uma identidade falsa no domingo, em Santos, quando participava de um plano audacioso: roubar o milionário depósito de mercadorias apreendidas pela alfândega do porto da cidade.

Só na última terça-feira a polícia descobriu a verdade sobre o homem que dizia se chamar Robson Menatti da Figueira. "Ele é chefe do braço armado do PCC", disse o promotor Roberto Porto. Condenado a mais de 30 anos de prisão, Marcolinha é acusado de roubo, homicídio e de chefiar a organização nas ruas, recebendo ordens de Marcos Willinas Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo do PCC. É suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas, principal atividade da facção.

Sua prisão revelou um detalhe constrangedor: ele tinha como comparsa o cabo da PM Edson Alberto Brazolin. Os dois e outros dez homens invadiram, na madrugada de domingo, a casa do inspetor de segurança Fábio Alves Manaia, da empresa Metroseg, responsável pela vigilância de armazéns na Baixada Santista.

Maria, mulher de Manaia, dois enteados e um filho do casal foram levados para um cativeiro no Capão Redondo, zona Sul de São Paulo. Segundo o delegado Alberto Coraza, chefe da Polícia Civil na Baixada, Manaia foi obrigado a levar os bandidos aos depósitos que inspecionaria. Antes, a vítima convenceu os ladrões de que devia passar na Metroseg. Ali, avisou um colega sobre o seqüestro e disse para onde o levavam.

Rádio - "Fomos informados e localizamos uma Parati com dois homens perto do depósito usado pela Receita", disse Coraza.

Os policiais mandaram a dupla sair do carro. Eram Marcolinha e Brazolin, que se identificou como PM. Com eles foram achados um rádio sintonizado na freqüência da corporação, dois telefones, fita adesiva, uma pistola e um revólver. "Eles estavam perto do local do crime e a desculpa não convenceu", disse o delegado Gaetano Vergine.

Dentro do depósito, no bairro de Paquetá, estavam dois outros ladrões, Jonas Ferreira dos Santos e Reinaldo Manoel da Silva. Eles já haviam dominado dois seguranças e, quando perceberam o cerco policial, exigiram a presença da imprensa para se entregar, o que só ocorreu duas horas depois, às 8h30. A família do inspetor foi solta à tarde. Marcolinha será transferido para São Paulo.




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