Só na última terça-feira a polícia descobriu a verdade sobre o homem que dizia se chamar Robson Menatti da Figueira. "Ele é chefe do braço armado do PCC", disse o promotor Roberto Porto. Condenado a mais de 30 anos de prisão, Marcolinha é acusado de roubo, homicídio e de chefiar a organização nas ruas, recebendo ordens de Marcos Willinas Herbas Camacho, o Marcola, líder máximo do PCC. É suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas, principal atividade da facção.
Sua prisão revelou um detalhe constrangedor: ele tinha como comparsa o cabo da PM Edson Alberto Brazolin. Os dois e outros dez homens invadiram, na madrugada de domingo, a casa do inspetor de segurança Fábio Alves Manaia, da empresa Metroseg, responsável pela vigilância de armazéns na Baixada Santista.
Maria, mulher de Manaia, dois enteados e um filho do casal foram levados para um cativeiro no Capão Redondo, zona Sul de São Paulo. Segundo o delegado Alberto Coraza, chefe da Polícia Civil na Baixada, Manaia foi obrigado a levar os bandidos aos depósitos que inspecionaria. Antes, a vítima convenceu os ladrões de que devia passar na Metroseg. Ali, avisou um colega sobre o seqüestro e disse para onde o levavam.
Rádio - "Fomos informados e localizamos uma Parati com dois homens perto do depósito usado pela Receita", disse Coraza.
Os policiais mandaram a dupla sair do carro. Eram Marcolinha e Brazolin, que se identificou como PM. Com eles foram achados um rádio sintonizado na freqüência da corporação, dois telefones, fita adesiva, uma pistola e um revólver. "Eles estavam perto do local do crime e a desculpa não convenceu", disse o delegado Gaetano Vergine.
Dentro do depósito, no bairro de Paquetá, estavam dois outros ladrões, Jonas Ferreira dos Santos e Reinaldo Manoel da Silva. Eles já haviam dominado dois seguranças e, quando perceberam o cerco policial, exigiram a presença da imprensa para se entregar, o que só ocorreu duas horas depois, às 8h30. A família do inspetor foi solta à tarde. Marcolinha será transferido para São Paulo.
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