Internacional Titulo
Iraque se considera principal alvo de represálias americanas
Das Agências
17/09/2001 | 17:25
Compartilhar notícia


O Iraque considera que encabeça a lista de países que podem sofrer represálias militares dos Estados Unidos depois dos atentados da última terça-feira. Os iraquianos acreditam que sofrerão retaliação mesmo que Washington não comprove o envolvimento de seu país no ataque contra Nova York e Washington.

"Não se pode excluir essa possibilidade", informou nesta segunda-feira o jornal Babel, dirigido por Uudai Saddam Hussein, filho mais velho do presidente Saddam Hussein. O jornal afirma que o fato dos Estados Unidos terem anunciado sua intenção de atacar o Afeganistão mostra que se trata de "um meio para desviar a atenção".

Esta hipótese foi levantada em Bagdá um dia depois das declarações do vice-presidente norte-americano, Dick Cheney, de que até o momento não existem provas de um envolvimento do Iraque nos atentados de 11 de setembro. A mesma declaração foi feita pelo secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, no domingo.

O Iraque foi o único país árabe que não condenou os atentados cometidos em Washington e Nova York e ainda considerou o atentado uma conseqüência da política "tirânica" dos Estados Unidos.

O regime iraquiano parece se preparar para um confronto e proclamou o estado de alerta para suas unidades especiais e serviços secretos. Também ordenou a evacuação dos principais edifícios públicos e o desmantelamento dos equipamentos mais importantes de sua indústria militar, anunciou o jornal Al Hayat.

Bagdá denuncia constantemente os ataques aéreos dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha no sul e norte do país e continua na mira das Forças Armadas norte-americanas.

"A melhor resposta ao terrorismo é uma ofensiva", declarou no domingo o secretário de Defesa, Donald Rumfeld. "Isso quer dizer que deve-se levar a batalha às organizações terroristas e especialmente contra os países que toleram, financiam e tornam possíveis as atividades dessas organizações".

O regime iraquiano acredita que Washington está tentando restaurar a coalizão internacional formada para a Guerra do Golfo, que estava mostrando fragilidades nestes últimos anos, especialmente com a possibilidade de uma flexibilização do embargo internacional imposto ao Iraque em 1990.

O Iraque teme que uma adesão da Rússia à nova coalizão preparada por Washington comprometa suas possibilidades de obter uma rápida suspensão das sanções impostas pelas Nações Unidas.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;