O piscinão que, antes recebia apenas esgoto e água de chuvas, agora é uma verdadeira área de lazer. Centenas de moradores do bairro fazem uma verdadeira festa e ainda chamam visitantes de bairros vizinhos, como Vila Metalúrgica e bairros Utinga e Camilópolis. Existem até visitantes de outras cidades da região ou mesmo da capital. De acordo com um dos responsáveis pelo local, o aposentado Nelson Delvequio, 52 anos, o pesqueiro hoje recebe cerca de 80 pessoas por dia, número que dobra aos sábados e domingos.
O pesqueiro comunitário não perde em nada para os pesqueiros comerciais – os pesque e pague que viraram opção de lazer. O Pesqueiro dos Girassóis tem grande variedade de peixes, bancos em volta do lago para os pescadores, mesa e bancos de concreto para jogos (cartas, xadrex, dama e dominó), paisagismo com árvores frutíferas, ornamentais e flores (principalmente girassóis) e, ainda, patos, gansos e tartarugas. Nem mesmo a falta de uma lanchonete é problema para os visitantes. Os ambulantes descobriram o nicho e vão para lá toda semana.
Porém, o maior atrativo do pesqueiro é a gratuidade. Apesar de grátis, os freqüentadores respeitam um código de só encarar a pesca local como esportiva. Assim que o pescador pega o peixe, ele já deve ser jogado de novo no lago. Os ficais são os próprios moradores. Entre as espécies de peixes do local, há bagres africanos, tilápias, pacús e carpas.
Conservação – Toda estrutura que existe hoje no Girassóis é resultado de doação ou de compras com dinheiro arrecadado entre os moradores. Por isso eles zelam pela conservação do local e se sentem um pouco donos do espaço.
Existem lixeiras espalhadas pelo terreno para que os usuários não joguem lixo no chão e, quem pensa que o pequeno lago – hoje ampliado e transformado em pesqueiro – mistura-se com o esgoto que é despejado no piscinão, está muito enganado. Para represar a área, os moradores colocaram janelas e portas velhas em toda a sua volta. “Mesmo com uma chuva forte, a água escoará da lagoa para o esgoto (nunca ao contrário) porque o terreno está em um declive”, explicou o aposentado Gelson Gregório, 56 anos.
Uma tela, com cerca de 3 m de altura, também foi instalada no fim do lago, para evitar a fuga de peixes, em caso de chuvas que possam provocar o transbordamento do piscinão e do próprio lago.
O piscinão é administrado pelo Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), um órgão da Prefeitura, que permitiu a construção do pesqueiro no local, já que ocupa uma pequena parte do piscinão e não compromete o seu funcionamento.
Mas os moradores dizem que a área poderia ser muita mais bem aproveitada. Caso houvesse iluminação, poderiam utilizar o local também durante a noite. Possibilidade que a Prefeitura disse que vai estudar no próximo mês.
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