``O sistema judicial (norte-americano) dá mais importância à vida de um branco do que a de um negro', sustenta o relatório.

Cerca de 81% das 500 pessoas executadas de 1977 a 1998 foram condenadas pelo assassinato de um branco, quando brancos e negros figuram mais ou menos em partes iguais na lista de vítimas de agressoes mortais, frisa o documento.

Cerca de 56% dos executados nesse período eram brancos, 35,8% negros e 6,4% de origem hispânica, quando os brancos representam cerca de 75% da populaçao dos Estados Unidos, e os negros 13%.

Anistia menciona o caso do estado da Filadélfia, onde só 15 de 124 condenados à morte sao brancos. O jornalista negro Mumia Abu Khamal foi condenado à morte em 1982 por um júri integrado por dez brancos e dois negros, com um juiz branco.

Quando a vítima é branca, o homicida tem quatro vezes mais possibilidades de ser condenado à morte. E se o assassino é negro, entao a probabilidade se multiplica por quinze, afirma a Anistia.

O relatório lembra que desde a época colonial até 1990 houve 18.000 pessoas executadas nos Estados Unidos, mas que entre elas só 30 brancos condenados pelo assassinato de um negro.

AI lamenta que, ``apesar de provas evidentes, as autoridades norte-americanas neguem com veemência que a aplicaçao da pena de morte esteja marcada de uma maneira ou de outra por consideraçoes raciais'.

Em 1999 44 pessoas já foram executadas nos Estados Unidos: 23 brancos, 11 negros, cinco hispânicos, três indígenas e dois asiáticos.