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Região tem cada
vez menos jovens
Bruna Gonçalves
Do Diário do Grande ABC
03/05/2011 | 07:57
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A participação do jovem na formação da população do Grande ABC - 2.551.328 pessoas - diminuiu 34% nos últimos dez anos, enquanto a do idoso registrou aumento de 35,8%, segundo dados definitivos do Censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O que reforça que a região está ficando menos jovem é a queda no número de nascimentos, de 44.326 em 2000 para 36.402 em 2008, ou 17,8% menos, conforme os últimos dados do Datasus, banco de dados do Sistema Único de Saúde.

A maior queda no número de nascimentos foi registrada em Santo andré: 10.909 em 2000, contra 8.786 em 2008. São Caetano, por sua vez, foi o município onde houve a menor redução, de 1.741 nascimentos para 1.660.

Para o professor e coordenador do Instituto de Pesquisas da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) Leandro Prearo, os números apontam uma tendência dos países desenvolvidos.

"A região tem características sociais e econômicas parecidas com as dos países mais desenvolvidos, o que faz a taxa de natalidade cair e, consequentemente, a de mortalidade." Dados do Datasus apontam que em 2000 e 2008, o número de mortalidade se manteve em cerca de 14 mil,

Um fator que contribui para a queda na natalidade é o acesso aos métodos contraceptivos. "Hoje é comum observar que as famílias têm um ou dois filhos, no máximo", avaliou.

Para Prearo,esses dados são comuns em países da Europa. "Os países europeus, como um todo, tendem a ter uma taxa de crescimento de 0,5%, mas em alguns países é possível chegar próximo do zero ou até mesmo negativo. Não ter esse crescimento não é sinal de subdesenvolvido, mas de desenvolvimento", ressaltou o especialista.

O coordenador enfatizou que a queda é interessante em curto prazo, porém fez um alerta: "Locais com poucos jovens, como alguns países da Europa, acabam enfrentando problemas, como falta de mão de obra e queda na contribuição para Previdência Social."

REGIÃO
Santo André foi o município que apresentou a maior redução de jovens quando comparados os Censos 2000 e 2010: 213.412 contra 178.004, uma diferença de 35.408.

PROJEÇÃO
Segundo estimativas de Prearo, a região deverá ter aproximadamente 2,7 milhões de habitantes dentro de dez anos.

"O aumento da população não se dá apenas pelos nascimentos, mas também pelos processos migratórios, como os empreendimentos em São Caetano. Se as condições forem mantidas, dentro de dez anos deveremos ter 10% da participação da população idosa e 16% de jovens."

O coordenador explicou que a estimativa no número de idosos na região, nos próximos dez anos, deve ser mais alta do que no Brasil.

Os dados do Censo de 2010 apontaram que a proporção aumentou para 7,4%. "Isso porque a ideia de a pessoas viverem mais está ligada ao desenvolvimento social."

 

População idosa deve dobrar nos próximos 20 anos

Em 20 anos, o número de idosos deverá dobrar no Grande ABC. Segundo dados do Censo 2010, a região tem 7,2% de idosos em relação ao total da população - 2.551.328 pessoas.

Segundo estimativa do professor e coordenador do Instituto de Pesquisa da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) Leandro Prearo, o número deverá ser de 14%.

"O aumento é pelo acesso às políticas públicas e à expectativa de vida, que tem aumentado. Além de fatores que fazem com que as demais faixas etárias não cresçam tanto, como a queda na natalidade", avaliou Prearo, que projeta uma população regional de 2,9 milhões.

"Outro ponto é que nesse período a população idosa deve se igualar à jovem, gerando um ponto de equilíbrio."

Por isso, Prearo faz alerta para as administrações. "Esse dado faz com que se tenha uma mudança na responsabilidade dos governos, que vão ter de pensar não apenas nas políticas voltadas para educação e saúde para as crianças, mas também reforçar as políticas para os idosos."

 

Grande ABC oferece serviços para idosos

Promoção de saúde, prevenção de doenças e qualidade de vida. Essas são as metas que a assessora de Coordenação Social de São Caetano, Regina Maura, aponta como fundamentais para um governo que visa investir no idoso.

São Caetano é o município que tem a maior população idosa da região, com 13,98% do total.

A cidade tem uma Coordenadoria da Terceira Idade, vinculada à Secretaria Municipal de Saúde. Há quatro Centros Integrados de Saúde e Educação da Terceira Idade, que oferecem atendimento médico e atividades físicas gratuitos. Além de outros serviços, como a Universidade da Terceira Idade.

"É preciso pensar nos idosos. Quanto mais se investir, melhor será a qualidade de vida. Não basta viver mais se não tiver serviços que proporcionem bem-estar."

Em São Bernardo, a Sedesc (Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania) oferece diversas atividades, como de lazer, assistência social, cursos, oficinas, Faculdade Aberta para Terceira Idade, além dos serviços de Saúde que estimulam a caminhada.

Em Santo André tem o programa Caminhada Orientada, realizada em todas as UBSs (Unidades Básicas de Saúde).

Tem também uma Praça de Exercício do Idoso, no Parque do Ipiranguinha, os Centros de Convivência do Idoso e o Centro de Referência do Idoso,

Os idosos de Diadema contam com o Centro de Convivência da Melhor Idade, o de Referência do Idoso e grupos nos bairros que proporcionam assistência, lazer e saúde. As demais prefeituras não informaram o que oferecem.




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