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Máfia do Óbito completa quatro anos sem conclusão
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
02/08/2009 | 07:53
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Os principais acusados de envolvimento no caso que ficou conhecido como Máfia do Óbito, de São Caetano, continuam atuando normalmente em suas atividades pessoais e profissionais. Quatro anos depois de o Diário comprar por R$ 200 um atestado de morte, os órgãos responsáveis pela investigação da fraude inocentaram os denunciados ou ainda não chegaram à conclusão da apuração.

A única averiguação que está em curso é o inquérito policial que tramita na delegacia-sede do município. A polícia havia fechado as investigações e indiciou o médico Eduardo Agostini, que assinou o documento e recebeu a quantia, e o empresário Maurílio Teixeira, dono da funerária São Paulo, que intermediou o contato para obtenção da declaração.

Ambos foram indiciados por falsidade ideológica e responderiam processo na Justiça. Mas, no fim de 2006, o Ministério Público pediu à Polícia Civil retomar as oitivas de 15 testemunhas e entrevistar familiares de pessoas que tiveram o óbito atestado pelo cardiologista.

À época, o delegado Adilson da Silva Aquino revelou que havia dificuldade em encontrar os depoentes. O inquérito está aberto, mas parado - não há informações oficiais sobre a data da última diligência.

A única consequência do caso afetou Teixeira. Quando a venda do documento foi divulgada, em junho de 2005, o prefeito José Auricchio Júnior (PTB) o afastou da superintendência da Secom (Serviços Comunitários Municipais).

Mas a administração, por meio da apuração da Corregedoria Municipal, absolveu os funcionários do Pronto Socorro de participação no esquema. Funcionários da unidade hospitalar foram investigados por suposta facilitação e falta de critério na entrega de atestados de óbito em branco. O relatório da Polícia também inocentou os servidores.

O Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) abriu sindicância há quatro anos, mas não puniu o cardiologista. A Ascef (Associação das Empresas Funerárias) também iniciou averiguação sobre Maurílio para expulsá-lo da entidade, porém nada ocorreu.

O gerente da funerária, Pedro Azevedo Gazini, que buscou o documento no PS e levou para Agostini preencher em sua residência, também não foi punido. Ele deixou o emprego após as denúncias.




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