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Dia dos Namorados impulsiona comércio
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
31/05/2011 | 07:30
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O Dia dos Namorados será o melhor para o varejo em cinco anos. Entre os empresários, 57% preveem aumentar o faturamento sobre o obtido na mesma data do ano passado. Em 2010, 54% manifestavam a mesma projeção. Será o melhor resultado para o comércio desde 2006, segundo pesquisa divulgada ontem pela Serasa Experian. A pesquisa mostra ainda que 30% esperam manter os resultados e 13% acreditam em queda.

Vários fatores explicam o otimismo dos comerciantes. Para o assessor econômico da Serasa, Carlos Henrique de Almeida, um deles é consequência do bom momento para consumo, que se verificou no Dia das Mães, por exemplo. "Os varejistas vêm colecionando uma série de boas datas. Também não houve mudanças conjunturais. É coerente que esse clima se estendesse para a comemoração seguinte", disse o economista.

Cenário que se repete no Grande ABC. Reportagem do Diário publicada no domingo aponta crescimento de 30% no comércio da região, segundo os lojistas. Percentual ressaltado pelo presidente da Associação Comercial e Empresarial de Diadema, Gildo Freire. Ele destacou que a comemoração dos namorados será uma das melhores para a região no comparativo com os últimos anos. "Estamos com expectativas bastante positivas. Assim como se comprovou no mês de maio (com o Dia das Mães) acredito que no Dia dos Namorados esse clima também irá se manter. O mercado vem percebendo essa movimentação entre os consumidores e se prepara para atendê-los", declarou.

A ascensão da classe média e a estabilidade do emprego na região são motivadores para as compras. A tese é defendida pelo professor de Economia da USCS Radamés Barone. "Vivemos uma euforia de consumo e a tendência é de crescer", disse.

Aumento que ocorre mesmo em meio à intensificação de medidas econômicas do governo para conter o consumo e a inflação. Barone afirmou que a nova política econômica não está "ajudando em nada" na redução do consumo. "E quem quer pagar, as pessoas comuns, nem sabe disso", disse ele, ao listar que pacotes mais restritivos não serão adotados pelo governo porque criam recessão. Além disso, os sinais de baixa na escalada de preços é indicativo de que haverá manutenção das compras do Dia dos Namorados.

PRODUTOS - Entre os itens no topo da oferta entre os varejistas estão roupas, sapatos e acessórios. Grupo que corresponde a 29% dos produtos. Na mesma data de 2010, os celulares e smartphones eram responsáveis por 25% dos estoques, segundo a pesquisa.

Almeida disse que os telefones perderam posição no ranking porque ficaram mais acessíveis. Os itens mais expostos aos clientes têm ampla gama de preços. "Há camisetas de R$ 100 como também há as de R$ 10", exemplifica o economista da entidade.

A pesquisa aponta ainda que entre as empresas maiores, que podem veicular mais produtos na mídia, 75% do porte apostam em crescimento do faturamento, contra 65% das médias e 57% das pequenas empresas.

 

Empresários apostam em presentes de até R$ 200

Os varejistas estão otimistas quanto ao valor médio gasto para os presentes entre os namorados. Pesquisa mostra que 91% dos comerciantes dizem que seus clientes irão desembolsar até R$ 200 para a comemoração. O setor respondeu que 8% pagarão até R$ 500 e apenas 1% aposta em quantias mais elevadas.

Para pagar por isso, o dinheiro será o meio mais recorrente para quitar os presentes, conforme o levantamento. O cartão de crédito aparece logo em seguida e responderá por 26% das compras. Fato que acontece mesmo com o governo tentando barrar esse tipo de consumo - com a criação do percentual mínimo de pagamento da fatura. Tanto que, no ano passado, a proporção de pagamentos era de 41% em dinheiro e 23% no cartão de crédito.

Considerando todas as formas de quitar os débitos, 46% vão pagar à vista, contra 54% no prazo, na estimativa dos empresários. Na mesma data do ano passado, 51% quitaram em dinheiro e 49% com financiamento.




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