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Ex-diretor da Parmalat nega ter pago políticos do Brasil
Da AFP
15/01/2004 | 15:44
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O ex-diretor-financeiro da multinacional Parmalat, Fausto Tonna, negou que a empresa italiana tenha dado contribuições econômicas a partidos políticos do Brasil. Tonna depôs na quarta-feira perante os juízes da cidade de Parma, na Itália.

"Com relação ao Brasil, devo excluir que tenham sido dadas contribuições a partidos políticos", disse Tonna na Procuradoria de Parma, que investiga a milionária fraude contábil descoberta na empresa.

Tonna, braço direito do fundador e dono da Parmalat, Calisto Tanzi, que durante 15 anos administrou a contabilidade do grupo agro-alimentício, foi preso em 26 de dezembro. Interrogado cinco vezes durante quase 50 horas, ele está relatando as complexas e obscuras operações da empresa, presente em mais de 30 países, especialmente na América Latina.

No Brasil, a Parmalat entrou na década de 1970, para depois se expandir pelo restante do continente, que hoje representa entre 20% e 25% de suas vendas mundiais. A dívida da filial brasileira da Parmalat com os bancos pode chegar a R$ 1 bilhão e pode levar a empresa a um acordo também no Brasil.

A dívida da Parmalat está concentrada em instituições estrangeiras e os bancos instalados no Brasil já estão se mobilizando para uma provável operação de reestruturação das dívidas da empresa italiana, ou inclusive para um possível acordo.

Após explodir o escândalo na Itália, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) brasileira decidiu examinar os balanços financeiros da Parmalat do Brasil, "de forma preventiva".

O Brasil é o quinto produtor mundial de leite, e a Parmalat é a segunda maior compradora do produto no país, com quase 1 bilhão de litros (5%) dos 23 bilhões que produz. A empresa tem no país cerca de 6 mil trabalhadores e oito fábricas.




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