Os 40 funcionários demitidos da fabricante de autopeças Quasar, de Mauá, estão sem receber as verbas rescisórias desde que o contrato de trabalho foi encerrado, em 14 de janeiro. Ao serem cortados, a empresa prometeu pagar o vale do salário do dia 20 e o valor da cesta básica, assim como o convênio médico, o que também não ocorreu conforme o combinado. A demora no pagamento motivou protesto e paralisação na produção por um dia na segunda-feira.

Segundo o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá Adilson Torres dos Santos, o Sapão, após reunião realizada na terça, os depósitos do vale e da cesta foram feitos. Entretanto, a rescisão ainda está pendente. “A empresa alega que não pode arcar com esses valores à vista, então, até sexta-feira (amanhã), será protocolada ação judicial para que o pagamento seja negociado”, relata. “Como esses trâmites levam em torno de 60 dias para surtir resultado, vamos pedir tutela antecipada para a liberação dos depósitos de FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e do seguro-desemprego.”

A Quasar, que fabrica, entre outras peças, pedaleiras de freio e embreagem, e tem como principal cliente a Volkswagen, está em recuperação judicial. Episódios como esse, portanto, de atraso nos pagamentos, têm sido constantes desde 2013, quando a companhia, até então familiar, começou a se endividar. “Ela tinha dívida tão grande com uma empresa de Guarulhos, a MTP (que fechou há um ano e dispensou 700 pessoas), do grupo ILP Brasil, que foi trocada por essa dívida. Desde então, não têm sido feitos investimentos e nem melhorias na firma. Ao contrário, a unidade de Santo André foi fechada há um ano e meio e, desde então, muita gente vem sendo demitida”, conta Sapão. Em 2011, havia 1.110 empregados e, hoje, apenas 140, ou seja, 12% do montante.