Economia Titulo Desaceleração
Venda de veículos novos tem queda de 38,8% em janeiro, diz Fenabrave
Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
02/02/2016 | 07:28
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A venda de veículos zero-quilômetro em todo o Brasil teve queda de 38,8% em janeiro ante o primeiro mês de 2015. Na comparação com dezembro, a retração foi de 31,8%, segundo balanço divulgado ontem pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Os dados incluem carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões. Em números absolutos, a quantidade de unidades comercializadas recuou de 253,7 mil para 155,3 mil. Em dezembro, 227,7 mil vendas foram concretizadas. É o pior desempenho desde janeiro de 2007, quando foram vendidos 145.383 veículos.

Foi o segundo ano consecutivo em que o mês de janeiro registrou diminuição no total de emplacamentos. Entretanto, os números de 2015 eram menos alarmantes: queda de 18,8% na comparação com os primeiros 31 dias de 2014.

Na categoria que engloba apenas os veículos pesados, os percentuais de declínio foram ainda maiores. No mês passado, 4.348 caminhões deixaram as concessionárias do País, 43,3% menos que os 7.677 vendidos no mesmo período de 2014. Já os ônibus apresentaram redução de 43,7%, caindo de 2.229 para 1.253 unidades comercializadas. O fraco desempenho desse segmento atinge diretamente o Grande ABC, já que três montadoras da região (Ford, Scania e Mercedes-Benz) atuam nesse nicho.

ANÁLISE - O superintendente do Sincodiv-SP (Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado de São Paulo), Octavio Leite Vallejo, comenta que, apesar de o ano ter começado com estatísticas negativas, é preciso fazer ressalvas. “Em janeiro de 2015, as lojas ainda possuíam no estoque contingente muito grande de veículos comprados com IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido, o que permitia ao comerciante aplicar preços mais baixos”, salienta. A alíquota do tributo voltou ao patamar padrão no dia 1º de janeiro no ano passado.

Sobre a retração em relação a dezembro, Vallejo comenta que essa variação é tradicional, já que no fim do ano muitos consumidores aproveitam o 13º salário para trocar de carro. “Mas não podemos nos iludir. O que está havendo é uma queda no nível de confiança, o que afasta os compradores.” A projeção das fabricantes é de queda de 7,5% nas vendas no mercado interno ao fim de 2016. 




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