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Denúncia não abala reeleição de Barros Munhoz
Fábio Martins e Mark Ribeiro
15/03/2011 | 07:19
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Mesmo diante das denúncias contra o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Barros Munhoz (PSDB), a eleição da mesa diretora, que ocorre hoje após a posse dos 94 deputados estaduais eleitos em 2010, não deve conter surpresas, reconduzindo o tucano à principal cadeira do Parlamento estadual. A única chapa adversária deve ser encabeçada pelo oposicionista Carlos Giannazi (Psol), solitário não somente na bancada como também no voto.

Com a negociação concretizada, dando ênfase à proporcionalidade das bancadas, Rui Falcão (PT) será 1º secretário, Aldo Demarchi (DEM) o 2º secretário, Reinaldo Alguz (PV) 3º secretário, Telma de Souza (PT) 4º secretário, Celso Giglio (PSDB) 1º vice, Roque Barbiere (PTB) 2º vice, e do PMDB, PSB, PSC ou PDT (nome indefinido) sairá o 3º vice.

Para o deputado Orlando Morando (PSDB-São Bernardo, não há nada que deponha contra a figura do correligionário na condução dos trabalhos legislativos nem na presidência. "Esse episódio não é novo, roda há anos. As denúncias são as mesmas. Poderia ter mudança de atitude caso houvesse desvio de conduta do deputado, o que não é o caso."

O atual presidente é acusado em processo judicial sigiloso de participar do desvio de R$ 3,1 milhões dos cofres da prefeitura de Itapira (SP), cidade que administrou até 2004. Segundo publicou o jornal Folha de S.Paulo, investigações realizadas pela Polícia Civil e Ministério Público encontraram dezenas de depósitos feitos em dinheiro na conta do deputado, no valor que alcançou R$ 933 mil. Munhoz negou as acusações e disse que os promotores que o acusaram teriam agido por motivação política.

Até mesmo para os petistas do Grande ABC na Casa, as acusações envolvendo Munhoz não atrapalharão o pleito interno. "O PT não utilizará oportunismo político para condenar ninguém", ressalta Calos Grana, de Santo André, que debuta hoje na Assembleia.

Para ele, o fato vir à tona às vésperas da eleição cheira fogo-amigo de setores do PSDB contra Munhoz. A chance dá lugar a certeza na concepção de Donisete Braga (PT-Mauá). "Está na cara que é fruto de algum desentendimento no ninho tucano."

Donisete baseia sua opinião no fato de a candidatura de Munhoz não ter tido inicialmente o aval do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que manifestou a vontade de ver o também tucano Bruno Covas no comando. Segundo Donisete, a tentativa começou a naufragar com a inclinação da maioria dos pares à reeleição de Munhoz - Bruno Covas (PSDB) foi nomeado secretário estadual de Meio Ambiente em janeiro. "Ele (Munhoz) deu autonomia à oposição. Nunca colocou obstáculos para inviabilizar nossa atuação", exalta o petista. "A vitória dele será um alerta ao governador de que, quando os deputados estão unidos, não adianta querer mudar o curso das discussões políticas", diz o petista.




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