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Petróleo terá impacto mínimo nas açoes
Do Diário do Grande ABC
15/02/2000 | 18:19
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Analistas ouvidos pela Dow Jones acreditam que a recente alta do petróleo, que está oscilando acima de US$ 30,00 o barril, nao terá um impacto tao grande sobre os mercados de açoes norte-americanos, como em anos anteriores. Historicamente, uma alta acentuada do petróleo provoca uma queda nos mercados de açoes. Contudo, analistas ressaltam que a economia norte-americana é hoje menos dependente de petróleo do que há 20 anos. Portanto, essa elevaçao nos preços da commodity deverá ter um impacto mínimo em muitos setores da economia dos EUA.

"O petróleo representa 3% dos custos", disse o estrategista-chefe de investimentos da Joseph Gunnar, Don Selkin. "A mao-de-obra representa 70%. A alta do petróleo nao terá o mesmo efeito de anos anteriores", acrescentou. Segundo analistas, a alta nos preços de petróleo pode ser analisada de uma forma similar ao que está ocorrendo no mercado de bônus. "Qual a diferença de 25 ou 50 pontos percentuais a mais nos bônus de longo prazo para os setores de tecnologia e de serviços?", diz Barry Hyman, analista sênior de mercado da Ehrenkrantz King Nussbaum. "O barril do petróleo a US$ 30,00 fará alguma diferença quando a maior parte da nossa economia é dirigida pelo setor nao-manufatureiro? Nesse ponto, minha análise é de que isso terá pouco impacto nos mercados de açoes", completou.

Além disso, alguns analistas estao céticos quanto a possibilidade de o barril de petróleo continuar nos níveis atuais por um longo prazo. "Poucas pessoas acreditam que a Organizaçao dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) nao irá elevar a produçao. A última coisa que a Opep quer é desacelerar o crescimento global através da elevaçao dos preços do petróleo, o que poderia prejudicá-los muito mais do que um ambiente de cotaçoes baixas", disse Hyman.

O analista ressaltou também que as companhias petrolíferas norte-americanas nao aumentaram sua produçao para tirar vantagem dos preços elevados. Selkin observou ainda que no mercado futuro os preços estao seqüencialmente em baixa, sugerindo que os investidores nao acreditam na duraçao dessa tendência de alta. Contudo, se os preços subirem muito acima dos níveis atuais - o que aparentemente é muito improvável -, entao poderá haver alguma conseqüência nos setores mais dependentes de combustível, como as companhias de indústria pesada e de transportes - que já sentiram algum pequeno impacto.

Para Selkin e Hyman, as flutuaçoes do preço do petróleo tiveram pouca relaçao com a forte queda das açoes do setor de tecnologia e a fraca performance geral em Wall Street nessa terça-feira. "As coisas ficam uma hora muito avaliadas e na outra muito baratas. No longo prazo, as açoes de tecnologia sao o lugar onde os investidores vao estar", disse Selkin.




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