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Gilson afirma que Adelson assume hoje
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
15/03/2010 | 07:17
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André Henriques/DGABC


O vice-prefeito de Diadema, Gilson Menezes (PSB), confirmou que agora o "PSB é governo". E foi além ao afirmar que o presidente da sigla municipal, Manoel José da Silva, o Adelson, assume a Secretaria de Segurança Alimentar, ex-Abastecimento, hoje.

Nessa nova composição da administração Mário Reali (PT), o atual secretário de Segurança Alimentar, Pedro Soares (PSC), irá para a Pasta de Assistência Social e Cidadania, que está com comando interino desde a saída de Cormarie Guimarães Perez para a Fundação Criança de São Bernardo. Sobre detalhes do processo, Gilson foi taxativo. "Isso é com o prefeito".

Indagada na sexta-feira, por e-mail, sobre a dança de cadeiras, a Prefeitura simplesmente não respondeu aos questionamentos do Diário. Adelson desconversou quando indagado se era o novo secretário do governo petista, mas deixou a dúvida no ar. "Pode ser que neste processo ocorram surpresas", afirmou. Pedro Soares, por sua vez, foi taxativo: "Não tem nada definido".

Adelson, que foi candidato a vice-prefeito na chapa do deputado estadual José Augusto da Silva Ramos (PSDB) em 2008, tem encontro marcado hoje, às 9h, no Paço, inicialmente, com o chefe de Gabinete, Antonio Fidélis (PT) e homem-forte de Reaali. Uma transição, que estava prevista para ocorrer entre quinta e sexta-feira com o socialista, teria naufragado nos corredores da Prefeitura.

Tido como um dos articuladores no processo de vinda do PSB à base governista, Gilson preferiu se eximir. "Não interferi em nada. A decisão foi exclusiva do prefeito", afirmou.

Questionado se a Secretaria de Segurança Alimentar seria a ideal para o PSB, o vice-chefe do Executivo saiu pela esquerda. "Todo cargo de confiança é digno". E deixou o recado aos socialistas: "O PSB tem de fazer bom trabalho", referindo-se à rejeição de ala do PT na união com a sigla, que historicamente fez oposição aos petistas na cidade.

E Gilson, que até setembro era filiado ao PSC, elogiou Pedro Soares à frente da Segurança Alimentar. "Ele fez muito bem o trabalho."

Se existe resistência dos petistas, do lado do PSB não é diferente. O próprio Adelson confirmou. "Para nós, do PSB, também será um desafio", avaliou.

Político influente da cidade, mas que pediu para não ser identificado, deu sua opinião nesta surpreendente união PT e PSB em Diadema. "Eu não acredito neste casamento. O divórcio virá bem mais rápido do que durou esse namoro."

 
‘Meus pertences ainda estão lá', garante Pedro Soares

Presidente do PSC de Diadema e secretário de Segurança Alimentar, Pedro Soares garantiu que não recolheu os seus pertences no local de trabalho. Hoje, pelo menos até segunda ordem, seu destino será a ex-Secretaria de Abastecimento.

Soares garantiu que "não houve conversa" com o prefeito Mário Reali (PT) sobre assumir o comando da Secretaria de Assistência Social e Cidadania, que está sendo interinamente coordenada por Lilian Silva Cabrera. O secretário carrega requisito fundamental para o posto: tem formação universitária como assistente social.

Mas não se trata de capacidade técnica. O problema, segundo o Diário apurou, é que há forte resistência da alta cúpula do PT de repassar a Secretaria de Assistência Social para outro partido, seja PSC ou PSB. Historicamente, a Pasta foi comandada por petistas.

Embora não confirme a troca de secretaria, Soares foi direto: "Não tenho dificuldade de enfrentar esse desafio".

Na sexta-feira à tarde, o secretário esteve com o prefeito na assinatura de termo de compromisso com mais 12 entidades assistenciais da cidade que passam a fazer parte do Banco de Alimentos - no total são 66 instituições. Ele assegurou que não houve conversa sobre o assunto que predomina as conversas do Paço e da Câmara.

Com números na ponta da língua, Soares fez breve balanço de seu trabalho à frente da Segurança Alimentar, ex-Abastecimento no governo José de Filippi Júnior (PT).

A secretaria foi criada em outubro de 2003. "De 32 mil quilos de alimentos arrecadados por ano saltamos para 601 em 2009", festejou Soares, que pode assumir desafio nesta semana. Pelo menos, deixou uma certeza: "Política é caixa de surpresas". 




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