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PT punirá culpados, diz Cardozo
Sergio Kapustan
Do Diário do Grande ABC
23/07/2005 | 10:25
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"Nada muda a decisão do PT em punir os filiados envolvidos em denúncias de corrupção". A afirmação é do deputado federal José Eduardo Martins Cardozo (PT-SP), que atua na CPI dos Correios, ao comentar nesta sexta-feira, em entrevista exclusiva ao Diário, o desligamento do ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira do partido por receber de presente um jipe Land Rover ano 2003, no valor de R$ 74 mil, da empresa GDK, de Salvador, em troca de possível favorecimento político no governo Lula.

Segundo Cardozo, o ex-secretário, cometeu "um erro grave" do ponto de vista ético, que não tem defesa. "A decisão de Sílvio Pereira é correta na medida em que foi comprovado que ele recebeu o carro de presente da empresa. Mas isso não significa mudar a nossa rota de investigar todo e qualquer envolvimento de dirigente ou parlamentar do PT", reforça o deputado federal.

O carro foi entregue a Pereira em 2004 pouco depois de a GDK vencer uma licitação para reformar a plataforma P-34 da Petrobras, no Espírito Santo. Em nota oficial, Sílvio Pereira afirmou que nada havia pedido ou oferecido à empresa GDK e que estava de consciência tranqüila, no entanto, havia falhado com as obrigações partidárias ao aceitar o carro.

Liderança – O deputado José Eduardo Martins Cardozo considera também correta a decisão do deputado federal Paulo Rocha (PA) de deixar a liderança do PT na Câmara. Rocha se afastou do cargo depois de ter o seu nome envolvido entre os beneficiários de saques feitos na conta da SMP&B, do empresário Marcos Valério de Souza, acusado de operar o mensalão no Congresso.

Em nota, Rocha assumiu que foram retirados em 2003, para o pagamento de dívidas do diretório do PT no Pará, onde exerce a função de presidente. Segundo levantamento da CPI, no entanto, foram sacados R$ 470 mil em nome de Anita Leocádia da Cosa, assessora de Rocha. "Foi uma decisão madura porque deixa a bancada do PT a vontade para investigar o caso. A saída do deputado foi um ato unilateral dele e nós não podemos fazer nenhum pré-julgamento. É preciso ouvir as suas razões, analisar a situação política e depois tomar uma decisão", explica Cardozo.

Conforme o deputado paulista, a oportunidade de defesa será dada a todos os denunciados, porém, garante que não haverá impunidade. "Há uma determinação de expulsão como outras sanções de natureza criminal e cível", completa Cardozo.




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