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Faculdade de Direito do RS comemora centenário
Do Diário do Grande ABC
17/02/2000 | 14:37
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As comemoraçoes do centenário da Faculdade de Direito da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) começaram às 8h30, com o badalar do sino original, totalmente recuperado das rachaduras. A direçao da Faculdade nao conseguiu convencer os formandos da turma de 1968, entre eles o ministro do Supremo Tribunal Federal, Nélson Jobim, a devolver um sino de bronze que foi roubado naquele ano pelos alunos e nunca mais devolvido.

Este sino de bronze havia substituído o original a partir dos anos 50 e era utilizado para marcar o início e o fim das aulas, na entrada do histórico prédio rosa da Faculdade de Direito, por onde passaram quase sete mil alunos nos seus 100 anos de existência, entre os quais os presidentes Getúlio Vargas e Joao Goulart; governadores, juízes, advogados e ministros de tribunais superiores.

'O sumiço do sino foi uma iniciativa condenável, mas nao há possibilidade de medidas judiciais. Estamos tentando recuperar o sino junto à turma de 68, tentando convencê-los`` a isso, alegou o atual diretor Eduardo Kroeff Machado Carrion, neto do primeiro aluno formado na Faculdade, Jacó Kroeff.

Em funçao do centenário da escola, que começou a ser comemorado no ano passado, os dirigentes das faculdades fizeram uma série de contatos inúteis junto à turma de 68, tentando recuperar o sino. Os alunos admitem a 'expropriaçao``, mas nao aceitam devolver o sino, como já afirmou o ministro Nelson Jobim. Foi ele, inclusive, que manteve o sino roubado em seu gabinete no STF por um ano. A cada ano há uma troca entre os formandos de 68, numa forma de revezamento da guarda do sino. O ministro do Superior Tribunal de Justiça, Gilson Dipp, é também um dos alunos de 68 que se recusam a devolver o sino para a faculdade.

Ordem sagrada - O sino de bronze havia sido levado pela turma de 68, inicialmente em 1967, como provocaçao ao bedel da faculdade, senhor Adao, conforme contou outro membro da turma, o advogado Paulo Wainberg. Eles cederam ao apelo do entao diretor Galeno de Lacerda e devolveram o sino, novamente roubado meses depois e nunca mais devolvido. Por dez anos, ele ficou guardado na casa de um dos líderes da turma, depois falecido, o advogado Conrado Alvarez.

Inclusive a turma de 68 criou uma 'Ordem Sagrada e Profana do Sino de Primeiro e Ultimo Grau``, com o compromisso de todos de manter o sino de bronze entre eles e só devolvê-lo à faculdade quando estiver vivo apenas um dos seus integrantes. 'Nao vamos devolver o sino, porque se tornou símbolo da nossa turma, é o nosso elo``, justificou Paulo Wainberg.




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