Economia Titulo Energia elétrica
Conta de luz pode ficar mais barata a partir de fevereiro

Aneel revisou cobrança de bandeira tarifária vermelha; na prática, porém, recuo é irrisório

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
27/01/2016 | 07:22
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Divulgação


A conta de luz dos brasileiros poderá ficar mais barata a partir de fevereiro, devido à nova tarifa para a bandeira vermelha – acionada quando a demanda por energia elétrica aumenta e o custo de geração é elevado, devido à maior produção oriunda de termelétricas. Ontem, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) divulgou que, além da cobrança extra de R$ 4,50 a cada 100 kW/h (kilowatts/hora) consumidos, passará a existir, a partir de fevereiro, também o valor de R$ 3 para o mesmo uso.

A taxa mais barata, chamada de patamar um, será praticada quando o custo de geração de cada MW/h (megawatt/hora) oscilar entre R$ 422,56 até R$ 610, ou seja, ser menor, mas ainda significar consumo intenso – a ideia do sistema de bandeiras tarifárias é estimular a redução do uso de eletricidade. Quando superar os R$ 610/MW/h, entrará em ação o patamar dois, e a cobrança será de R$ 4,50 por kW/h. A boa notícia é que, conforme o diretor da Aneel André Pepitone de Nóbrega, atualmente a termelétrica mais cara em operação no País possui o custo de R$ 600 por MW/h produzido. Ou seja, a cobrança de R$ 3 deverá vigorar a partir do mês que vem.

Na prática, entretanto, o consumidor não verá muita diferença. O consumo médio de energia mensal em residência de quatro pessoas é de 233 kW/h, segundo a AES Eletropaulo – concessionária que abastece todo o Grande ABC –, considerando que essa família tome quatro banhos por dia, de aproximadamente dez minutos cada. Como hoje a tarifa extra em vigor é de R$ 4,50 a cada 100 kW/h, essa conta tem acréscimo de R$ 10,48. Com a adoção do patamar um, de R$ 3, a taxa recuará para R$ 6,99. Diferença de R$ 3,49. Redução de 33,3%.

A comerciante Cecília Marques, de Santo André, comemorou a notícia num primeiro momento, mas, quando colocou na ponta do lápis, percebeu que a diminuição será mínima, de apenas 2% no valor total. Ela mora com seu marido e o consumo mensal em janeiro foi de 156 kW/h, sendo que a tarifa da bandeira vermelha atingiu R$ 7,02 e a conta fechou em R$ 103,37. Supondo que no mês que vem ela mantenha esse consumo, a taxa extra será de R$ 4,68 (R$ 2,34 a menos) e o valor final cairá para R$ 101,03. Ou seja, efetivamente, haverá recuo de 2,26%.

De acordo com a Aneel, a redução se aplica apenas na tarifa das contas. Questionada sobre a temporada de chuvas, e da consequente redução da necessidade de acionamento das térmicas, a entidade respondeu que as condições hidrológicas têm de estar boas em todo o País, e não apenas em determinadas regiões, já que se trata de sistema interligado.

Mês a mês é feito balanço de qual bandeira irá vigorar pelos próximos 30 dias. Na sexta-feira será divulgada a informação a respeito de fevereiro.

MAIS - Outra mudança anunciada ontem pela Aneel é que a bandeira amarela recuará de R$ 2,50 para R$ 1,50 a cada 100 kW/h consumidos. Ela vale quando o custo de geração de energia térmica for de R$ 211,28 por MW/h até R$ 422,56. Porém, desde que foi implementado o sistema tarifário, em janeiro de 2015, as contas sempre ficaram na bandeira vermelha. Há, ainda, a verde, sem custo extra, o que vale para desembolso de até R$ 211,28 por MW/h produzido.

A aprovação dos valores foi deliberada após audiência pública que recebeu 54 contribuições da sociedade entre 17 de dezembro de 17 de janeiro.
 




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