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Estrada do Montanhão será fechada dia 15 de dezembro
Natalia Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
06/10/2011 | 07:30
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A Estrada do Montanhão, que liga Santo André a São Bernardo, será fechada a partir de 15 de dezembro, de acordo com decisão judicial. A interdição ocorrerá nas divisas entre os dois municípios e deverá afetar a vida dos moradores de São Bernardo que utilizam a via para ter acesso a serviços básicos.

O processo que determina o fechamento da estrada tramita desde 1992 e tem como motivador a questão ambiental. O primeiro prazo para a interdição venceu em março de 2010, com a alegação de que a via era utilizada como desova de cadáveres, segundo o secretário de Gestão Ambiental de São Bernardo, Giba Marson. "Se essa questão estivesse sendo discutida em âmbito mundial, correríamos sério risco de guerra", compara.

O traçado de cinco quilômetros tem início no Jardim Silvina, em São Bernardo, passa por Santo André (trecho de preservação ambiental), segue até o bairro Baraldi, em São Bernardo, e termina na Estrada do Pedroso, no município andreense.

A decisão da juíza Ana Lucia Xavier Goldman, da 1ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Santo André, ocorreu em 22 de setembro, durante audiência entre representantes das prefeituras de Santo André, São Bernardo e do Ministério Público. "Até 15 de dezembro, precisamos sensibilizar os moradores, e também Santo André da grande injustiça que está sendo realizada", comenta Marson. São Bernardo ainda busca meios na Justiça para reverter a medida.

Procurado pela equipe do Diário, o Semasa informou que aguarda a ata da audiência para conhecer a decisão. 

ISOLADAS
As 220 famílias que moram no Jardim Baraldi serão as principais prejudicadas pelo fechamento da Estrada do Montanhão. Sem recursos básicos no bairro, os moradores são obrigados a se dirigir até o Jardim Silvina, pela via, para ir à escola ou UBS, Exemplo disso será Romilce Jesus Silva, 60 anos, moradora do local há 27. "Como é que a gente vai fazer para ir ao mercado, posto de Saúde, banco?", questiona a dona de casa.

Outra preocupação de Romilce é quanto aos cuidados médicos necessários ao marido, Angenor Emídio de Souza, 91, que sofreu um AVC, e com os netos Leonardo de Souza Augusto, 11, e Geovana de Souza, 7. Ambos ainda não sabem como se deslocarão até a escola, no Jardim Silvina.

PREJUÍZO
O empresário Erasmo Martin Cassiano, 54, sócio de uma empresa especializada em embalagens cilíndricas, localizada na via, acredita que o problema trará prejuízo de até 30%, resultado do aumento com gastos com transporte dos funcionários, frete e fornecedores. "Quase 80% dos meus 40 funcionários moram em São Bernardo. Não vamos mais ter ônibus. Vou ter de fretar um avião", ironiza.

Cassiano acredita que a solução seria a desapropriação das residências e empresas do bairro. "Pagamos todos os tributos. Não estamos em uma área invadida", observa.




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