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Falha humana pode ter causado naufrágio de submarino no Rio
Das Agências
27/12/2000 | 13:13
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O afundamento do submarino ``S-21 Tonelero', da Marinha brasileira, de ter sido provocado pela coincidência de problemas mecânicos com falhas humanas no momento de tentar evitar o acidente, coincidiram nesta quarta-feira especialistas do setor. O submarino afundou na noite de domingo, por volta das 22h, no cais do Arsenal de Marinha, na Praça Mauá, Centro do Rio de Janeiro. Havia nove tripulantes a bordo, mas ninguém ficou ferido.

O engenheiro naval e vice-almirante (aposentado) Othon Luiz Pinheiro da Silva disse à imprensa que o mais difícil será explicar como é possível que as válvulas hidráulicas tenham falhado quando o submarino estava preso a um molhe, sem estar em funcionamento.

``Quando o submarino está em atividade, as válvulas sao abertas e fechadas o tempo todo. Isto quer dizer que está mais exposto a esse tipo de coisa. Mas nao pode ocorrer em um cais. Alguém cometeu um erro. Nao sei ainda qual, mas algo está errado', disse o vice-almirante.

Para o professor de Estruturas Oceânicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Segen Estefen, um acidente dessa natureza, em que um submarino amarrado a um molhe acaba no fundo do mar, nao pode ser atribuído somente a problemas mecânicos.

``Um acidente como este é causado, geralmente, por uma mistura de falhas mecânicas e humanas. Pode ter ocorrido uma falha em uma válvula que impedia a entrada da água e depois uma falha humana na operaçao de emergência para evitar o afundamento', disse o especialista.

O mais importante pesquisador brasileiro sobre submarinos, o capitao (aposentado) da Marinha Eudes de Orleans e Bragança, destacou a necessidade de trazer de volta à superfície o submarino para analisar o que aconteceu, mas também admitiu uma falha humana.

``É muito cedo para especular sobre as causas do acidente, mas com toda certeza houve uma falha humana. O naufrágio poderia ter sido evitado injetando-se ar comprimido nas câmaras', lembrou.

A Marinha brasileira preferiu manter silêncio sobre o ocorrido, à espera do fim das investigaçoes, que deverao demorar pelo menos 40 dias.

Na tarde de terça-feira, a Marinha se limitou a repetir que nove marinheiros estavam de guarda no submarino na noite de Natal, desmentindo insistentes versoes de que a tripulaçao estava em terra em uma festa de confraternizaçao.




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