A decisão sobre a apuração ou não do polêmico voto fantasma, ocorrido há 15 dias na Câmara de São Bernardo, será tomada pelo presidente da Casa, Otávio Manente (PPS), somente no fim deste mês.
O líder do Legislativo foi pressionado na semana passada pela bancada de oposição a se posicionar ontem acerca do episódio. Entretanto, o popular-socialista recebeu o processo interno da diretoria geral nesta semana e o enviou para a assessoria jurídica avaliar quais alternativas diante do caso.
"O pessoal está muito sobrecarregado, existe muito serviço neste momento, e me pediram 20 dias para apresentar um relatório sobre as possibilidades que tenho à disposição. Por isso só tomaremos uma decisão em três semanas", discorreu Manente.
Os vereadores contrários à gestão do prefeito Luiz Marinho (PT) reuniram a imprensa na última semana para dizer que tomariam "outras providências" se o presidente da Câmara não anunciasse uma atitude até ontem.
Sem assumirem o recuo, os parlamentares do PSB, PMDB e PSDB aceitaram a condição imposta por Manente. "Um acordo sai mais barato do que brigar", afirmou o tucano Admir Ferro.
A LOM (Lei Orgânica do Município) e o Regimento Interno não estipulam prazo para a decisão, tampouco versam sobre os procedimentos a serem adotados caso a investigação seja instaurada.
"O entendimento da Casa é de que não se trata de um processo legislativo e sim de uma conduta interna. Por isso não há limite de tempo para deliberações. Mas uma data firmada pelo presidente é importante para delimitarmos um período para o processo", avaliou o peemedebista Tunico Vieira.
A preocupação do bloco oposicionista está em torno da possível morosidade na conduta a ser adotada no Legislativo, o que pode esfriar o caso e os culpados saírem impunes.
Episódio -Na sessão do dia 19, nove vereadores aptos a votar estavam no plenário. No momento da votação de um adiamento apareceram dez registros no painel eletrônico. Marcelo Lima (PPS) é suspeito de ter apertado o botão no lugar de Estevão Camolesi, que estava ausente. Há fotos que mostram o parlamentar inclinado sobre a mesa do colega. O popular-socialista negou ter cometido a ação. Uma semana depois, em seu primeiro pronunciamento oficial sobre o caso, não confirmou nem rechaçou a atitude.
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