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Bancos retomam captação externa
09/01/2003 | 23:07
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O interesse de investidores estrangeiros por títulos de bancos brasileiros continua elevado: o ABN-Amro Bank fechou nesta quinta uma captação de US$ 100 milhões por 11 meses, o dobro do inicialmente ofertado, e o Safra informou que prepara uma emissão de US$ 100 milhões em eurobônus de seis meses. Com isso, as captações concluídas e anunciadas nesta semana por instituições financeiras já atingem US$ 625 milhões.   

O volume final pode ser maior, porque as emissões do Unibanco (US$ 75 milhões), Itaú (US$ 50 milhões) e do Votorantim (US$ 50 milhões) – além do Safra – ainda não foram encerradas e podem superar as ofertas iniciais. O Bradesco já captou US$ 250 milhões por nove meses.   

O vice-presidente-sênior do ABN-Amro Bank, Rui Silva, disse que houve uma forte demanda pelos papéis, que saíram com um cupom (o juro nominal) de 6,625% ao ano e um rendimento de 6,65%. Segundo ele, o banco poderia ter emitido mais do que US$ 100 milhões, mas a instituição considerou esse montante adequado. Silva afirmou que a oferta foi pulverizada, com boa parte dos títulos sendo comprada por investidores de varejo. ‘‘Isso é um indicador de sucesso da operação.’’ Private banks também compraram os papéis, vendidos na Ásia, Europa e EUA.   

Nesse cenário, o Safra decidiu ofertar papéis de seis meses, prevendo captar US$ 100 milhões, com um rendimento entre 6,875% e 7,125% ao ano. Segundo João Cesar Tourinho, diretor do Safra, o ‘‘excelente’’ início do governo do PT, que vem reiterando o compromisso com a disciplina fiscal e monetária, aumentou a confiança dos investidores em relação ao Brasil.

Governo – Mas apesar das bem-sucedidas captações de bancos, analistas de Londres dizem que ainda é cedo para que o governo brasileiro faça emissões de títulos soberanos. Segundo eles, um risco país um pouco inferior a 1,3 mil pontos ainda torna proibitivas essas emissões. Com o aporte de US$ 30 bilhões do FMI e o ajuste nas contas externas nos últimos meses, o governo tem condições de atravessar este ano sem recorrer ao financiamento externo.




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