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Caso Elián: anticastristas paralisam Miami
Do Diário do Grande ABC
25/04/2000 | 13:03
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Milhares de trabalhadores de origem cubana se uniram, nesta terça-feira, em uma greve geral para protestar contra a açao do governo americano no caso Elián González, movimento que, no entanto, nao chegou a paralisar totalmente a cidade.

O ato também é contra o grande número de prisoes realizadas durante as manifestaçoes que se seguiram ao incidente.

O protesto batizado de ``Cidade Morta' e convocado por mais de vinte grupos anticastristas podia ser observado pelas portas fechadas no comércio e nas empresas de maioria cubana, como os restaurantes da cantora Gloria Estefan ou o comércio da Rua Oito, do bairro Pequena Havana.

Outras empresas importantes de capital cubano-americano, como a cadeia de farmácias Navarro ou os supermercados Sedanos, também fecharam suas portas.

Na porta de um conhecido restaurante cubano, o Café Versailles - famoso por jamais fechar - havia o aviso ``Unidos à dor e à indignaçao do exílio cubano ante a açao covarde efetuada no sábado de Aleluia no caso da família Gonzalez, este restaurante fechará suas portas em sinal de protesto no dia 25 de abril de 2000'.

Mas a ``Grande Miami' funcionava normalmente. O aeroporto de Miami, um dos principais do país, nao sofreu atrasos de vôos, apesar da grande porcentagem de funcionários ser de cubanos.

O sistema escolar também nao sofreu maiores problemas relacionados com o protesto em funçao de medidas para enfrentar o movimento.

Uma aliança de grupos anticastristas, que inclui a Fundaçao Nacional Cubano-Americana, o Movimento Democracia e Irmaos para o Resgate, entre outros, convocou a paralisaçao para protestar pela forma com que os agentes federais tiraram Elián da casa de seu tio-avô, Lázaro González, para entregá-lo ao pai Juan Miguel González.

O jornal Miami Herald se opôs ao protesto, argumentando em um editorial que os organizadores ``nao estenderam a mao a amplos setores desta comunidade. E, a medida quer provocar algum inconveniente para os demais - nas empresas, nas escolas, nos serviços -, tal protesto continuará nos dividindo'.

Os mais de um milhao de cubano-americanos, entre imigrantes cubanos e seus filhos nascidos nos Estados Unidos, formam pouco menos da metade da populaçao do condado de Miami-Dade (Flórida).

O protesto ``Cidade Morta' é o primeiro de uma série elaborada pelos grupos no exílio. Também estao organizando uma caravana de protesto da comunidade cubana até Washington, e uma passeata para o próximo sábado.

Os prefeitos de Miami-Dade, Alex Penelas, e o da cidade de Miami, Joe Carollo, haviam pedido que a paralisaçao seja pacífica.




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