Com 32 anos, o operador de máquinas Willians Florentino Sanchez, que morava em Mauá, tornou-se a primeira vítima fatal das chuvas em 2016 no Grande ABC. Surpreendido pelo transbordamento do piscinão localizado na área central da cidade, enquanto voltava para casa após trabalhar, na noite de sábado, morreu afogado. O desaparecimento do mauaense já havia sido noticiado neste Diário. O corpo foi encontrado ontem.

A confirmação da tragédia reforça as críticas que foram feitas ontem aqui neste espaço à inércia das sete cidades, por meio do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, em dar solução às nefastas consequências das chuvas fortes que atingem a região. Sem sucesso, a entidade discute desde 2000, ano após ano, maneiras de evitar enchentes e deslizamentos de terra, especialmente no verão, mas até hoje os problemas persistem.

O passar do tempo vai aumentando as estatísticas. Antes da triste notícia envolvendo Sanchez, a região tinha registrado o desaparecimento de casal morador de rua após o desabamento de muro, em Diadema, em novembro de 2014. Em 2011, outras quatro pessoas perderam a vida devido a deslizamento de terra ocorrido no morro do Macuco, em Mauá. Inerte, o Consórcio assiste à repetição das tragédia sem poder de reação.

Pode parecer incrível, e é, mas após 16 anos de discussão, a entidade que congrega os prefeitos ainda não sabe sequer os pontos sujeitos a alagamentos nos sete municípios – daí não ter até agora, mais de uma década e meia após o início do debate, plano de combate aos males causados pelas tempestades. Para obtê-los, pretende contratar por R$ 1,2 milhão empresa para levantar tais dados.

A verdade é que o combate a enchentes e deslizamentos sempre foi tratado com descaso pelos chefes de Executivo. E segue sendo. Quando do surgimento da primeira vítima fatal do verão 2016, com o que eles estão envolvidos? Com planos para aumentar o prédio que serve de sede para o Consórcio, em Santo André. É essa seja a prioridade da entidade?