Política Titulo Oposição
Oposição leva subutilização do Hospital de Clínicas ao TCE

Bancada alega má gestão do dinheiro público em
complexo hospitalar no município de S.Bernardo

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
12/01/2016 | 07:34
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Claudinei Plaza/DGABC


A oposição ao governo Luiz Marinho (PT) vai conduzir ao TCE (Tribunal de Contas do Estado) a situação do HC (Hospital de Clínicas) de São Bernardo, que realizou apenas 12,3% do total de procedimentos cirúrgicos prometidos pelo petista – compromisso original previa 34,5 mil operações em 23 meses, mas somente 4.243 foram autorizadas.

A bancada alega má gestão do dinheiro público, uma vez que o equipamento consumiu R$ 124 milhões de custeio fixo, próximo a 77% das verbas programadas. O bloco também salientou que os demais objetivos, como número de consultas e internações, também ficaram abaixo do estipulado.

Reportagem do Diário de ontem relembrou que, na inauguração do complexo, em 13 de dezembro de 2013, nas presenças da presidente Dilma Rousseff (PT) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Marinho garantiu realizar 1.500 cirurgias, 1.500 internações e 10 mil consultas por mês. Entretanto, a média mensal alcançada em procedimentos cirúrgicos é de 184 casos entre as cirurgias. O HC consumiu R$ 240 milhões em verbas públicas – governos municipal, estadual e federal. O montante representou 29% a mais do orçamento inicial.

Integrante da ala oposicionista, Pery Cartola (SD) afirmou que os números apresentados pelo HC caracterizam desrespeito aos contratos firmados para os gastos com a estrutura. “Existem documentos que exigem compromisso entre o valor despendido e o serviço entregue. O caso desta unidade mostra que tudo isso não ocorreu, cabendo uma averiguação detalhada do TCE. A Saúde deste município vive na UTI (Unidade de Terapia Intensiva)”, pontuou.

No ano passado, Marinho esperava ter 100% da capacidade do HC, o que não se concretizou. O desempenho da instituição foi aquém do esperado. Entre janeiro e outubro (último dado fornecido pelo governo), foram realizadas 2.774 cirurgias, apenas 18,5% da meta estabelecida inicialmente.

“Há algum tempo temos falado sobre a fraca atuação que o HC conseguiu efetuar na cidade. Agora, não existem mais dúvidas, já que os números são oficiais”, acrescentou Pery, citando levantamento feito pelo Diário, que recorreu à Lei de Acesso à Informação para obter os dados.

O complexo hospitalar funciona atualmente com 90 leitos de internação e 20 de UTI. Os números desmentem a estimativa do prefeito petista, que anunciou até o mês passado as 180 vagas estariam à disposição da população.

Também da oposição, Julinho Fuzari, presidente do PPS, afirmou esperar por pedido de ajuda de Marinho junto ao governo do Estado. “Para deixar de ser elefante branco, o prefeito precisaria de humildade e pedir ajuda para os custeios. Convênios como o do Hospital Serraria (em Diadema) e o do Mário Covas (em Santo André) seriam um caminho. Manter com verba municipal é um estelionato eleitoral”, criticou.

O popular-socialista lembrou das críticas já proferidas à condução do HC. “Foram feitos empréstimos para realizar alguns serviços. E parte da estrutura está deteriorada. Nada levado a sério. Caberá ao PPS efetivar esse projeto à população.” 




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