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Olga Montanari foi a primeira vereadora de São Caetano
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
08/03/2008 | 09:38
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Sessenta anos depois de ser empossada como a primeira vereadora de São Caetano, Olga Montanari de Mello, 88 anos, é uma das poucas representantes femininas que atuaram na Câmara da cidade.

Desde a primeira legislatura da Casa, em 1949, após a emancipação político-administrativa do município no ano anterior, apenas seis mulheres ocuparam uma cadeira titular no Legislativo sancaetanense (além de Olga, Neide Dominguez Figueiredo, Raimunda Gadelha da Silva, Vera Lúcia Severiano, Yolanda Ascêncio e Suely Aparecida Nogueira).

“Se houvesse mais participação de mulheres na política, o Brasil seria melhor”, analisa Olga Montanari, primeira mulher a tirar carteira de motorista no Grande ABC.

Seu ingresso na política ocorreu após a luta pela autonomia de São Caetano, até então um subdistrito de Santo André. Após lecionar, Olga Montanari visitava as casas dos moradores locais para explicar a situação política pela qual passavam. Assim, ganhou popularidade e foi convidada para disputar a primeira eleição pela extinta UDN (União Democrática Nacional).

Apesar de viver numa época em que as mulheres não tinham espaço na sociedade, Olga Montanari teve personalidade para encarar o que chamou de “desafio”. “Hoje as mulheres têm receio de enfrentar a opinião pública”, avalia a paulistana da Lapa.

Olga Montanari teve muito trabalho em seu desempenho parlamentar, nas três vezes em que foi vereadora (de 1949 a 1961). Seus projetos beneficiam até hoje a população da cidade. Entre suas propostas estão a criação da GCM (Guarda Civil Municipal) e a primeira lei de concessão de bolsas de estudo.

Como ex-parlamentar, não poupa críticas aos atuais comandantes políticos do País. “A política era mais séria, formada por pessoas probas. Se não fossem as coisas erradas de hoje, estaríamos num patamar mais elevado”, analisa.

Mesmo 47 anos depois de seu último mandato, Olga Montanari ainda é assediada por partidos da cidade. “Não sou filiada a nenhum, para não magoar ninguém”, justifica.

Números - Maioria entre a população e o eleitorado brasileiro, as mulheres ainda têm participação tímida na política. Mesmo com a criação da lei 9.504, de 1996 – a qual obriga os partidos políticos a reservar 30% de suas vagas para as mulheres – o Congresso possui 8,5% de mulheres: são oito senadoras e 43 deputadas federais.




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