Política Titulo Editorial
Preço administrável: drama
Do Diário do Grande ABC
02/01/2016 | 08:58
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Aline Pietri/DGABC


A instituição do controle de preços pelos governos foi a saída encontrada por economistas e administradores para tornar País, Estados e municípios menos vulneráveis a intercorrências financeiras externas. A importância do instrumento fica clara em época de conflitos bélicos em áreas produtoras de petróleo, quando o monitoramento e a intervenção impedem que os custos ocasionados pela geopolítica sejam repassados ao consumidor. Ocorre que o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) desvirtua a utilização de ferramenta legítima para fim político.

Reportagem alçada à manchete da edição de hoje deste Diário mostra de forma inequívoca os resultados nefastos provocados pela deturpação da medida. Em 2015, os combustíveis tiveram a maior alta dos últimos 15 anos no acumulado de 12 meses. Nos postos do Grande ABC, o valor do litro de etanol aumentou 33,7%, enquanto o de gasolina foi encarecido em 19,5%.

O principal motivo para reajuste histórico é o fato de o governo ter, irresponsavelmente, feito política com os preços administráveis dos combustíveis. Em sua campanha pela reeleição, que se deu em outubro de 2014, Dilma Rousseff segurou, de modo imprudente, qualquer aumento nos combustíveis, ocasionando rombo milionário nos cofres da Petrobras, pois, para evitar desgaste em sua imagem de candidata, mandava comercializar os produtos com valores inferiores aos custos de refino ou importação. Tudo isso na época em que os derivados de petróleo alcançavam valores altíssimos no mercado internacional.

Com a reeleição garantida, Dilma não teve outra alternativa além da de autorizar os reajustes nos preços de combustíveis, sob a ameaça de quebrar a Petrobras – que já não anda muito bem das pernas por causa da roubalheira que tem sido investigada na Operação Lava Jato. Como se vê, a petista se apropriou de bem público, no caso a maior empresa de petróleo do País, para conquistar objetivo particular, qual seja, o de permanecer mais quatro anos no Palácio do Planalto. Pior: após conseguir seu intento, empurrou a conta ao contribuinte. 




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