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Banda C: o que vem por aí
Sérgio Vinícius
Da Redaçao
03/07/2000 | 18:27
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  Em países europeus, como a Finlândia, com um aparelho celular pode-se abrir portas, acionar os alarmes da casa e até regular a temperatura da geladeira, entre outras açoes simples do dia-a-dia. No Brasil, essa realidade de filme de ficçao ainda vai demorar um pouco para ingressar no mercado mas, para consolo dos consumidores compulsivos de tecnologia, com a aprovaçao da banda C na freqüência de 1,8 GHz, os telefones móveis poderao ampliar a gama de serviços ligados à Internet. Também chamada de PCS (Personal Communication Services), a nova banda proporcionará celulares que poderao realizar operaçoes simples, como ler e enviar um e-mail, ou ter acesso a um serviço de notícias.

"A maior diferença entre as bandas existentes e a C é a freqüência com que atuam", explica Imbrioinise Raffaele Filho, consultor em telecomunicaçoes. Ele esclarece que a operaçao na nova freqüência, em vez dos 900 MHz das bandas A e B, permite a transmissao de dados em maior largura de banda.

Ainda assim, a nova freqüência, aprovada pela Agência Nacional de Telecomunicaçoes (Anatel) na semana passada, é muito estreita para transportar dados em grande escala, mas, em compensaçao, permitirá melhor qualidade de voz, por exemplo. A tecnologia GSM, responsável pelo padrao 1,8 GHz, deverá proporcionar dentro de um ano uma espécie de Internet embrionária, desenvolvendo funçoes básicas.

Se a banda C nao traz muitas novidades, além de sua largura, o leitor deve estar se perguntando entao quais as vantagens de mais uma freqüência no mercado. Pois bem, digamos que fatores como maior concorrência, preços mais baixos e adaptaçao do mercado à tecnologia que abrirá as portas para o uso maciço da Internet por meio de telefonia móvel sao motivos para alegrar o usuário.

"A tecnologia da banda C é 50% mais barata do que a das A e B. E, de quebra, com a aprovaçao da PCS, a concorrência ficará mais acirrada, barateando os preços de celulares", informa Nelson Takaianashi, executivo da Anatel. "Além disso, a freqüência adotada permite abrir novos caminhos para as tecnologias emergentes, que instituirao, de vez, o conceito integrado de telefonia celular e Internet móvel no Brasil."

Quanto à terceira geraçao de celulares - chamada também de 3G -, permanece a expectativa. Somente dentro de uns quatro anos, quando for aprovado o padrao de freqüência IMT-2000 (2,5 GHz), é que se poderá no Brasil realizar a transmissao de dados com multimídia, como a videoconferência, além do acesso à Internet em redes de alta velocidade por meio do celular.

No entanto, na Europa, atualmente já existem alguns aparelhos multimídia de bolso, que funcionam por meio dos padroes GSM de telefonia. Os chamados multimóbiles sao telefones que combinam recursos como comunicaçao e processador de dados. Além disso, muitos desses modelos já vêm com sistemas operacionais - como o Windows CE - e, ainda, detêm diversos recursos digitais.

Um desses aparelhos foi lançado por uma parceria entre a Casio e a Siemens. O CeBIT 2000 pode ser considerado como uma das aplicaçoes mais sofisticadas de que se tem notícia em termos de padrao GSM. Ele realiza chamadas telefônicas, permite acessar serviço de e-mail e ainda surfar naWeb. No Brasil, essa tecnologia é apenas previsao. Mas a aprovaçao da banda C já está se abrindo um caminho para isso. Um caminho, ao que parece, por enquanto, tao distante quanto a própria Finlândia.




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