Quatro diretórios do PSDB na região elegem hoje seus novos presidentes. Os tucanos de Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra conhecerão suas executivas até o começo desta tarde - as convenções estão marcadas para começar às 8h.

O consenso deve reinar nas cidades. Para esquecer do fiasco de 2008, quando a sigla perdeu a disputa ao Paço e conseguiu eleger somente um parlamentar, o PSDB de Mauá buscou unanimidade em torno do nome de Márcio Canuto. O compromisso firmado é de resgatar a identidade partidária perdida nessa época, quando 2.500 filiados deixaram a sigla. A eleição tem sentido de unir novamente a militância.

A tentativa de camuflar o racha tucano em Diadema resultou na indicação do vereador José Francisco Dourado como candidato único à presidência do partido para substituir o deputado estadual (não reeleito) José Augusto da Silva Ramos. O também parlamentar Lauro Michels e o deputado brigam internamente pela indicação da condição de candidato a prefeito em 2012. Dourado, ligado a Zé Augusto, mediou o acordo de paz entre as partes para evitar que a imagem do PSDB fique desgastada.

O discurso adotado pelos tucanos é de que: "o inimigo é o PT". Entretanto, militante e assessor de Michels, Joeder Souza, criticou a falta de diálogo do próximo mandatário com a militância da legenda e ameaçou lançar chapa alternativa à direção do partido.

Com objetivo de eleger alguém de sua confiança, o prefeito de Rio Grande da Serra, Adler Kiko Teixeira (PSDB), retorna à presidência do partido pela quarta vez. O foco é manter a hegemonia tucana na cidade, garantindo o atual secretário de Obras, Gabriel Maranhão, no Executivo a partir de 2012.

Somente em Ribeirão Pires a disputa tem dois candidatos. Os advogados Patrick Pavan, presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) na cidade, e Marco Tibério Manoel pleiteiam a vaga. Nos bastidores, circula informação de que o último tem mais chance de se tornar presidente, por conta do seu perfil inovador. "Estamos conversando ainda, mas esperamos que todos apareçam para votar", ponderou.

O atual presidente, Cezar de Carvalho, não quis disputar a reeleição, pois tem como meta se eleger prefeito em Ribeirão no ano que vem. "É uma decisão minha. Além da candidatura, tenho a coordenação regional do PSDB e a função que ocupo no Estado (representante do Grande ABC na Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano), que não pode ser acumulada", analisou.

Outros diretórios realizam pleito em abril

Por terem mais de 500 mil eleitores, o PSDB de Santo André e o de São Bernardo só passarão pela eleição em 10 de abril. Segundo normativa do partido, diretórios situados em municípios com colégios eleitorais dessa proporção deverão passar por eleições indiretas. Por conta disso, hoje serão eleitos colegiados de cada zona eleitoral que, no mês que vem, irão eleger a executiva.

A situação em Santo André está praticamente definida. Ricardo Torres deve herdar a presidência de José Luiz Cestari. "Dentro do partido há coalizão e sou cotado para ser o novo presidente. As conversas vêm sendo mantidas pois, mais do que um projeto pessoal, sou candidato de um grupo", disse.

Em São Bernardo, a expectativa é de que o vereador Admir Ferro tome as rédeas do partido, tendo em vista que ele é o principal nome ligado inteiramente ao diretório.

SEM MUDANÇAS

A eleição deveria ocorrer em São Caetano, mas a atividade foi cancelada por determinação da executiva estadual a pedido do diretório da cidade. O presidente provisório tucano, Silvio Minciotti, afirmou que a iniciativa se deu após a comissão constatar que ainda faltam alguns ajustes visando a reestruturação da legenda na cidade. "Estamos trabalhando para dar outra cara. Expliquei que precisamos de pouco mais de tempo para promover ação suficientemente organizada", disse, sem dar previsão de data.

Com intervenção da estadual em São Caetano, a comissão se formou, por tempo indeterminado, no fim de 2009, após o mau desempenho do PSDB, principalmente na eleição de 2008. Na ocasião, o município obteve o segundo pior resultado do Estado de São Paulo.

Depois de baixar a poeira, agora existe a possibilidade de o PSDB contar com chapa de oposição encabeçada pelo advogado José Antônio Ceolin, que salientou possuir "credencial para postular qualquer cargo na sigla, mas pleitearia posto apenas caso seja a vontade do grupo político".

Outro fato curioso abrangeu a tentativa de filiação em massa - 45 fichas - próximo da data da convenção, ação impugnada em razão de o estatuto tucano impedir o procedimento.