Os alimentos básicos que estão na mesa dos moradores da região sofreram forte variação ao longo da década. A cesta formada por 34 produtos para consumo de família com quatro pessoas avançou de R$ 152,34, em janeiro de 2000, para R$ 364,25, em dezembro do ano passado. O preço ficou 139% maior.

No mesmo período, a pesquisa socioeconômica da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) sinaliza que a renda média do morador da região aumentou de R$ 2.045 para R$ 3.397,94. A variação foi de 66%, percentual menor que o da cesta básica.

A diretora de pesquisas da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Maria do Carmo Romeiro, diz que o gasto com alimentos das famílias do Grande ABC corresponde a 17% da renda. Há dez anos eram 20%.

Proporcionalmente, os produtos consumidos na região tiveram aumento maior que os rendimentos da população. A situação melhora quando o valor considerado é o do salário-mínimo, visto que em dez anos foi de R$ 151 para R$ 510, crescimento de 237%.

 "Considerando o salário-mínimo, o peso da comida e bebida na renda dos moradores é menor atualmente porque o salário ficou maior que o preço dos alimentos, isso sem descontar a inflação", afirma a pesquisadora da instituição de ensino.

Maria do Carmo completa que a renda da maioria das pessoas não é corrigida pelo salário-mínimo, que neste ano teve reajuste de 6,82%, passando para R$ 545. "Só os aposentados e os assalariados têm essa correção. Para os demais é geralmente menor."

Segundo a Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), que fez o levantamento a pedido do Diário, os alimentos sofreram maior variação frente aos itens de higiene pessoal e de limpeza doméstica.