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Vesúvio: o verdadeiro chefão
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
13/10/2011 | 07:19
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Divulgação


Responda rápido: em toda a história napolitana, marcada pela invasão de diversos povos, quem foi o maior dominador da região da Campânia? Se você pensou em algum imperador romano, monarca francês, no líder fascista Mussolini ou em algum chefe da Camorra, esqueça. O verdadeiro senhor da província, ao mesmo tempo temido e admirado por seu povo, e que até hoje reina soberano na paisagem, é o eterno Vesúvio, um dos maiores e ainda ativos vulcões da Europa, com 1.277 metros de altura e a apenas 12 quilômetros de Nápoles. Com suas constantes erupções, o Vesúvio determinou a extinção de diversas cidades que viviam a seus pés, e que mais tarde ressuscitariam das cinzas como Meca dos aficionados por arqueologia.

Hoje, o vulcão mais parece um velho dando suas ‘pitadinhas' de fumaça pela cratera de 600 metros de diâmetro enquanto aguarda a aposentadoria. Mas, no passado, seu vigor juvenil revelou acessos de fúria que marcariam para sempre a história da humanidade. A última foi em 1944, só para ele mostrar que também podia dar suas baforadas em plena Segunda Guerra Mundial.

Mas a maior catástrofe ocorreu em 24 de agosto do ano de 79 d.C., quando as lavas do Vesúvio riscaram do mapa as cidades de Pompeia, Herculano e Stabia, soterrando tudo o que havia no raio de 60 quilômetros.

A mesma tragédia que sepultou tantas vidas, no entanto, também foi responsável pela preservação de um inestimável tesouro arqueológico. Como diria o escritor alemão Wolfgang Goethe, "de todas as catástrofes do mundo, nenhuma provocou tanta alegria às gerações seguintes". Afinal, não é em qualquer lugar que se tem a oportunidade de percorrer as mesmas ruas onde há quase 2.000 anos circulavam soldados romanos, mercadores, ricos senhores e escravos do império.

A exploração que revelou ao mundo as relíquias da região só começou em 1749, sob o reinado de Carlos de Bourbon. Mais tarde, em 1860, o pesquisador Giuseppe Fiorelli inventou um sistema de moldagem a gesso que permitiu conservar e reproduzir as expressões de espanto, terror e resignação de muitos corpos petrificados encontrados nas ruínas, o que estarreceu o planeta. E as escavações continuam até hoje, como fonte inesgotável de estudos sobre o modo de vida na época do império romano.

Apesar do medo, muita gente se arrisca a subir o Vesúvio para conferir de perto a sua enorme boca. Para chegar lá, pode-se ir de carro pela rodovia Nápoles-Pompeia ou subir ao Sul passando pela Torre Annunziatta e por Boscotrecase.

Também é possível subir com o funicular, bondinho que chega à cratera em apenas seis minutos, de preferência cantando a popular Funiculi, funiculá, composta no fim do século 19 em homenagem à inauguração do empreendimento.

As visitas ao Vesúvio são obrigatoriamente guiadas. Vale acessar o site www.vesuvioinrete.it para conferir preços e os horários, que variam conforme a época do ano.




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