Política Titulo Editorial
Para se doar
Do Diário do Grande ABC
28/12/2015 | 08:20
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Aline Pietri/DGABC


A dificuldade estava em obter o número de moradores do Grande ABC que estão à espera de doador de órgão para ser transplantado. Esse obstáculo foi superado: são 957 pessoas, segundo o Ministério da Saúde. Se um dado teoricamente simples de se obter foi apresentado a este Diário de forma inédita apenas agora, imagine organizar a fila de receptores e fazê-la coincidir com os doadores? A complexidade desse trabalho vai desde a gravidade de cada caso até a compatibilidade dos envolvidos. Um desafio e tanto.

Antes da informação oficial oriunda do governo federal vir à tona, apenas entidades de Saúde e ONGs estimavam a quantidade de munícipes das sete cidades que aguardam a hora de receber o telefonema que pode salvar suas vidas. Uma situação séria e importante, tratada muitas vezes com desleixo por quem está no poder. Funcionários militantes da causa têm sugestões e sabem o caminho para otimizar o serviço. Basta ouvi-los, entender o sistema e investir.

Os hospitais do Grande ABC não fazem transplantes. Algumas unidades públicas e privadas realizam apenas a captação de órgãos. Uma das principais referências desse procedimento é o CHM (Centro Hospitalar Municipal), de Santo André, que ainda atua como notificador de doadores em caso de morte encefálica.

É preciso avançar. O Ipes (Instituto Paulista de Educação em Saúde), por exemplo, batalha para que seja efetivado a OPO (Organização de Procura de Órgãos). Já existe planilha de custos e tábua de funcionários para o projeto, que aumentaria o número de doadores na região.

Outro aspecto a ser trabalhado é a conscientização das famílias de potenciais doadores. A autorização é passo fundamental para transformar agonia em esperança. As autoridades têm obrigação de se debruçar sobre essa problemática; se doar. Para que cheguemos ao fim de 2016, daqui um ano portanto, com a fila reduzida ou até – por que não? – zerada.  




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