Chamá-lo de um dos primos pobres do futebol do Grande ABC é pouco para quem sobrevive de teimosia. Chamá-lo de equipe miserável seria desrespeitar as cores, a bandeira e o passado de um dos clubes mais antigos da região. Na prática, o São Bernardo, que tem uma folha de pagamento em torno de R$ 5 mil mensais, apenas justifica os míseros salários pagos aos jogadores, jovens em busca de um lugar ao Sol. Sem torcida, patrocínio, apoio público, infra-estrutura, o São Bernardo sofre no campo as consequências de ser comparado ao pernambucano Íbis, que já foi o pior time do mundo, ou virar mico do Casseta & Planeta da TV Globo, com o nome de Tabajara FC.
“Onde foi que eu errei?” Com certeza, o presidente e ex-deputado, Felipe Cheidde, tenta decifrar porque tanto sofrimento. Ele admite que faz “o que pode” e paga o elenco com aluguéis de salas do clube, enraizado na Avenida Marechal Deodoro, para não deixar o futebol morrer. Na tabela da Série B-2, no entanto, o time já está morto: é lanterna. A maldição, talvez, tenha uma explicação: em janeiro de 1988, quando a dobradinha Eduardo José Farah/Antoine Gebran ganhou a eleição à presidência da Federação Paulista, o São Bernardo tentou “melar” a posse, impugnando a votação alegando “irregularidades”, mas foi vencido. Cheidde era candidato nas eleições. Coincidência ou não, desde então o São Bernardo caiu em desgraça.
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