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Locação de imóveis tem queda de preços no Grande ABC

Em S.Bernardo, valor caiu pelo 3º mês seguido;
estudo aponta que retração ocorre em todo o País

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
15/12/2015 | 07:02
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Nario Barbosa/DGABC


Os preços de locação imobiliária residencial na região vêm em queda, por causa da crise, que está levando muitos proprietários a oferecerem descontos para não ficar sem inquilino, a fim de evitar ter de arcar com a taxa do condomínio. Em São Bernardo, já é o terceiro mês seguido de retração no aluguel, aponta pesquisa realizada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisa Econômica) em parceria com o portal Zap Imóveis.

Nesse município, o índice Fipezap de locação, que apura variação de preços de novos aluguéis (não se refere a renovações de contratos), teve queda nominal (sem descontar a inflação) de 1,46% em novembro, depois de já ter caído 0,5% em outubro e 0,44% em setembro. No acumulado do ano (de janeiro a novembro), porém, ainda registram alta, de 2,97%, mas inferior à inflação do período – o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que ficou em 9,62% no período.

O estudo acompanha o mercado de locação em nove cidades do País, entre as quais São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Santos e Campinas – no Grande ABC, há dados apenas de São Bernardo. E, na média, as nove juntas já registram queda nominal de 3,3% no acumulado deste ano. Segundo o economista da Fipe Bruno Oliva, São Bernardo acompanha tendência nacional de acomodação de preços, depois de vários anos de valorização imobiliária na década de 2000. O m² (metro quadrado) na cidade está em R$ 18,55. É o segundo menor da pesquisa, perdendo apenas para Curitiba (R$ 16,38).

Miguel Colicchio, o Guta, proprietário da Colicchio Imóveis, de Santo André, cita que a retração é realidade em todos os municípios da região e tem relação direta com a crise. “E há outro agravante, os condomínios aumentaram”, diz. Ele exemplifica que apartamento em bairro nobre no município, com 100 m² com duas vagas de garagem, em que se pagava R$ 2.000 de locação, agora está difícil de alugar por R$ 1.500, também porque o condomínio subiu, em um ano, de R$ 500 para R$ 700.

“O locador está baixando, é melhor alugar do que deixar fechado pagando impostos, tem de ceder para não perder dinheiro”, acrescenta o delegador do Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis no Estado de São Paulo) no Grande ABC, Alvarino Lemes. “Quem cobrava R$ 1.200, agora faz por R$ 800.”

Esse movimento de recuo dos valores também é percebido, embora em ritmo mais lento, na venda de imóveis, destaca Oliva. “Quando a pessoa vai colocar à venda, não é tão fácil que aceite baixar o preço; no caso da locação a negociação é mais flexível”, afirma.
 




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