Política Titulo Editorial
Economia no rumo errado
Do Diário do Grande ABC
10/12/2015 | 08:31
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Aline Pietri/DGABC


Se havia alguma dúvida sobre os equívocos na condução da economia brasileira, ela acaba de ser dissipada. A inflação chega à casa dos dois dígitos, algo inédito nos últimos 12 anos. A escalada de preços aferida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) no acumulado de um ano atingiu 10,48%, quebrando barreira que se julgava intransponível. Não custa lembrar que o teto da meta inflacionária anual, superada faz muito tempo, é de 6,50%.

A situação é tão alarmante que nem o mais otimista dos analistas aposta que a equipe econômica conseguirá trazer a inflação para o centro, dois pontos percentuais abaixo do teto, no próximo ano, conforme o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, chegou a aventar ao tomar posse do cargo, em janeiro de 2015.

O descumprimento de projeções e promessas do governo comandado pela presidente Dilma Rousseff (PT) não deve mais causar surpresa a nenhum brasileiro. Afinal, ela passou a campanha pela reeleição, da qual saiu vitoriosa, pintando o melhor dos mundos, como se não pairasse nenhuma ameaça no horizonte do País. Todavia, tão logo as urnas apontaram a petista como vencedora do pleito, as agruras começaram. E só fazem aumentar.<EM>

Há total descontrole nos passos da equipe econômica, que, estupefata com o recrudescimento da espiral inflacionária, parece estar sem rumo. Faz mais de um ano que o País patina na crise e não se sabe de uma única medida original que tenha sido tomada para estancá-la. A única arma de que o Brasil dispõe para tentar conter o aumento de preços é a taxa de juros básicos, a Selic, cujos efeitos são extremamente limitados quando o cenário não é o de consumo exacerbado.

Imersa na pior crise política desde que o presidente Fernando Collor de Mello foi apeado do poder, em 1992, a administração federal não consegue a tranquilidade necessária para aprovar as medidas de que o Brasil necessita para voltar a crescer. Elas existem, claro. Pena que Dilma Rousseff precise antes superar a grave ameaça que ronda seu mandato no Congresso. 




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