Política Titulo Editorial
Diálogo necessário
Do Diário do Grande ABC
05/12/2015 | 11:49
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Arte/DGABC


Prevista para entrar em vigor no mês que vem, a reorganização escolar proposta pelo secretário de Estado da Educação, Herman Voorwald, foi suspensa ontem pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Pressionado pela ocupação de escolas e diretorias de ensino e por manifestações em várias cidades paulistas, especialmente na Capital, o chefe do Executivo optou por adiar a implantação da medida em, pelo menos, um ano. Comunicou que vai utilizar os 12 meses de 2016 para dialogar com estudantes, professores e pais sobre o assunto.

Ao sustar o processo – com certo atraso, diga-se –, o governador admite, ainda que de modo sub-reptício, que a implementação do processo de reestruturação dos ciclos escolares, que resultaria no fechamento de 94 colégios, seis deles no Grande ABC, foi feita de modo equivocado e açodado. Que fique a lição.

Decisões importantes, capazes de impactar na vida de milhares de indivíduos, não devem ser tomadas antes de amplo debate. O erro de Voorwald, a quem coube conduzir o processo, foi acreditar que as boas justificativas que julgava ter para tocar a reorganização bastavam. Esqueceu-se de que, vivendo em sociedade democrática, teria por obrigação compartilhar seus argumentos. Até porque, se fossem realmente bons, não teria problema algum em convencer os interlocutores.

Mas Voorwald é passado. A incompetência e a empáfia – ele passou as últimas semanas falando que estava aberto ao diálogo com os estudantes sem, todavia, abandonar o confortável ar-condicionado de seu gabinete – do ex-secretário de Educação foram suficientes para, perdida a batalha, pôr fim à sua participação à frente da Educação paulista. Que Alckmin aproveite o momento para nomear ao posto alguém com espírito conciliador, diplomático e, acima de tudo, que entenda do métier. Afinal, como ficou provado, estudantes das escolas públicas da rede estadual não são aquele bando de alienados que muita gente pensava. Pelo contrário. A turma está ciente do que quer e está disposta a lutar pelos seus direitos. E isso é muito bom.




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