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Talento dos pequenos em alto e bom som

Cantores mirins demonstram boa voz para a música desde pequenos e podem seguir carreira

Tauana Marin
do Diário
06/12/2015 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


‘Quem canta, seus males espanta’. Esse ditado popular é levado muito a sério por cantores mirins, que estudam e que têm como base as notas musicais em suas vidas. Geralmente, quem tem esse dom já o demonstra desde muito pequeno e pode chamar a atenção.

É o caso dos gêmeos Guilherme e Rafael Ruiz da Silva, 12 anos, de São Caetano. A dupla, mais conhecida como Gui e Rafa, canta todos os tipos de música, mas o pop rock e o sertanejo são preferências. O talento dos irmãos já rendeu um CD independente, clipe gravado e participações em programas de TV. “Tudo aconteceu naturalmente. Desde que tínhamos 1 aninho de idade já brincávamos de tocar instrumentos. Aos 6 anos aprendemos com nosso avô a tocar guitarra e baixo e começamos a cantar também”, explica Guilherme.

Ele conta que, para conciliar a música com os estudos, seguem rotina bem equilibrada. De manhã, escola. A tarde, fazem tarefa, estudam e brincam um pouco. O fim do dia tem música, mas é aos domingos que ocorrem os ensaios completos. “Para a gente, é natural subir no palco, cantar e tocar. Sempre foi assim. Gostamos muito do que fazemos”, diz Rafael.

Os irmãos já fizeram vários shows pela região, muitos deles no palco do Teatro Paulo Machado de Carvalho, na cidade onde moram. Seus planos de seguirem carreira como cantores estão em alta, sendo que a canção O Meu Cão, presente em seu disco, faz parte da trilha sonora da novela Cúmplices de Um Resgate, do SBT.

Lívia Cristina Egas de Souza, 8, de Santo André, leva o sonho de ser cantora tão a sério que faz aulas para se aperfeiçoar. “Iniciei as aulas há um ano e já consigo ‘colocar’ minha voz de forma mais profissional, com as técnicas que aprendo”. Entre suas inspirações estão a cantora norte-americana Katy Perry e as músicas que embalam novelas infantis, caso de Carrossel.

Sua parceira de aula de canto, Sofia Rodrigues, 8, de São Bernardo, diz que as lições do professor a têm ajudado bastante. “Sempre gostei e continuo amando cantar, tanto que quis me aperfeiçoar. Aprendi muito a controlar minha voz, a respirar e cantar, a mexer com o diafragma (músculo que separa a caixa torácica, onde ficam coração e pulmões, dos outros órgãos internos do resto do corpo. Fortalecido, esse músculo ajuda na respiração ao cantar).”

A menina comenta que sua voz fica ainda mais bonita quando o músico a acompanha com algum instrumento. “Assim podemos brincar mais com a voz”, afirma. No seu repertório nacional, não podem faltar músicas de Maria Rita, enquanto que, entre as preferências internacionais, há espaço para músicas da popstar Demi Lovato.

Lívia e Sofia agora se preparam para participar do festival realizado pela escola de música que elas frequentam, a Arena Music, de Santo André. “Estamos ansiosas”, conta Lívia.

Cuidados especiais podem ajudar a voz

A voz é o principal instrumento de trabalho de um cantor. Por isso, a importância de cuidar das cordas vocais (por onde sai o som). Todas as pessoas – cantando ou não – precisam ficar atentas a alguns cuidados básicos, afinal, a voz é o melhor instrumento de comunicação que temos.

No caso dos cantores, a atenção deve ser diferenciada. Tomar bastante água para lubrificar o corpo de forma geral (incluindo o chamado ‘trato vocal’) é a primeira dica. Evitar gritos também preserva a voz.

Esse tipo de profissional necessita de acompanhamento com fonoaudiólogos (médico especialista em fala) e professores de canto para aquecer as cordas vocais antes e depois de cantar. A preparação é parecida com a de atletas esportivos, que precisam alongar e aquecer a musculatura para executar o esporte.

MUDANÇAS - As crianças costumam mudar de voz na puberdade, entre os 9 e 15 anos. Nas meninas, essa mudança é mais sutil e menos perceptível, enquanto que para os meninos a alteração é mais evidente. Mas isso não impede ninguém de continuar a cantar. O que muda é o tom da voz, ficando mais grave (forte) ou agudo (fino).

Certos esforços desnecessários, caso do falsete, que popularizou a MC Melody, 8 anos, requerem cuidados. Na realidade, essa técnica é chamada de whistle, que é o que a cantora norte-americana Maraiah Carey, por exemplo, realiza em algumas canções e apresentações. É o máximo de agudo que a voz chega. Qualquer técnica específica para o canto exige preparo vocal e acompanhamento profissional.

CURIOSIDADES

- É comum achar estranho a própria voz, confundindo, até, com a de outra pessoa. Quando falamos, o som passa pela orelha e é recebida em meio a vibrações da região facial, o que muda a qualidade do que ouvimos;

- Em 2012, uma lista montada pela revista ‘Rolling Stone’, especializada em cultura, elegeu as 100 maiores vozes da música brasileira. Os dois primeiros lugares ficaram com os já falecidos Tim Maia e Elis Regina;

- A voz das pessoas fica diferente ao longo do dia. Um som mais grave ocorre pela manhã, quando a musculatura ainda não está aquecida;

- A maçã é boa aliada para a voz e ‘limpa’ a saliva da boca e a garganta. Evitar alguns alimentos, casos de frituras e chocolate, antes de cantar garante melhor performance. Comê-los favorece o refluxo (quando o alimento presente no estômago parece ‘voltar’ para boca de maneira ácida).

Consultoria de Henrique Vasconcelos Benvenutti, professor de canto e técnica vocal, proprietário do Estúdio Vocal HenriVB e professor de canto na escola Arena Music.  




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