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Lauro estima gastar R$ 1 mi em reforma de porta do HM

Verba está inserida no Plano de Obras enviado à Câmara; oposição critica e quer esclarecimento do prefeito de Diadema, que alega intervenção maior

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
04/12/2015 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), determinou gasto de R$ 1 milhão para reforma da porta de entrada do Hospital Municipal, situado no bairro Piraporinha. A quantia de aporte está inserida no Plano de Obras de 2016, elaborado pelo verde e enviado à Câmara ontem para discussão.

O valor chamou a atenção do bloco oposicionista, liderado pelo PT, que não poupou críticas e ironias ao item. Ronaldo Lacerda (PT) chegou a classificar o projeto como a “porta da esperança”, além de perguntar se o material seria “revestido de ouro maciço”.

Os governistas ficaram sem resposta e, demonstrando constrangimento, evitaram embate nas discussões. O único a debater o item foi o líder de governo, Atevaldo Leitão (PSDB). O tucano, porém, demonstrou desconhecimento em torno do plano ao ser indagado. “Precisa saber qual é a metragem. Não dá para responder sem conseguir saber da especificação”. Na sequência, Leitão entrou em contato com integrantes da administração e informou que o orçamento prevê reformulação da recepção do hospital por inteiro.

A líder da bancada petista, Lílian Cabrera, garantiu que será elaborado requerimento cobrando esclarecimentos do governo Lauro. “Não dá para aceitar ter uma destinação desta. Precisa ser compatível com o padrão estabelecido. O que ocorreu hoje (ontem) mostra apenas como esta administração tem tratado as coisas importantes para o município”, criticou Lílian.

Na planilha de custos apresentada por Lauro, o item determina nominalmente reforma da porta de entrada do complexo hospitalar, detalhando que R$ 920 mil serão empenhados pelo Ministério da Saúde e o restante – R$ 80 mil – do Tesouro municipal.

A quantia está entre as despesas mais representativas do plano de metas, que estipula gastos de R$ 1,8 milhão para a construção da UBS (Unidade Básica de Saúde) do bairro Campanário. Além de gasto de R$ 250 mil com reforma completa na unidade da UBS da Vila Conceição. “O prédio foi municipalizado há muito tempo e somente poderia ter qualquer serviço com a autorização do proprietário. Pelo jeito, há desrespeito”, avaliou o também oposicionista Josa Queiroz (PT), referindo-se à municipalização do HM, ocorrida em 1991. O prédio pertence ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Por nota, a Prefeitura informou que os custos apresentados referem-se a todo andar da recepção, argumentando reforma de banheiros e fiação elétrica. No entanto, não detalhou intervenções.

A matéria será votada na semana que vem e os parlamentares não demonstraram consenso em torno da discussão. Além de prometerem brigar por esclarecimentos sobre os gastos na reforma da entrada do local, os oposicionistas protocolaram emendas modificativas ao texto e esperam conseguir aprovação de itens.

Recentemente, Lauro sofreu derrotas na Casa por não ter maioria entre os parlamentares. Uma das mais emblemáticas foi quando o Parlamento derrubou o veto do verde à verba para a realização do Carnaval do ano que vem. Após o revés, o chefe do Executivo prometeu recorrer à Justiça para evitar decisão dos parlamentares.

Verde cita burocracia para não cumprir promessa de 2012

Próximo a iniciar seu último ano à frente do Executivo de Diadema, Lauro Michels (PV) atribuiu à burocracia o impedimento de cumprir promessa de campanha de extinguir três secretarias. Ele usou o corte de comissionados como trunfo para derrotar Mário Reali (PT).

Desde que assumiu o Paço em 2013, Lauro efetuou corte das Pastas de Gabinete e de Planejamento e Gestão, que na prática estavam inativas, sem titularidade efetiva.

“Se extinguisse a Pasta de Segurança Alimentar, perderíamos série de recursos do governo federal, vindo de órgãos específicos. Queria unificar o Esporte com a Cultura e Educação, mas ficaríamos na mesma condição em relação aos repasses exclusivos aos setores. Então, tem coisas que a própria burocracia emperra para extinguir”, comentou.

A chefia de Gabinete, que possuía status de secretaria, estava sendo coordenada interinamente por Marcos Michels (PV), titular da Educação (não acumula vencimentos). Além dele, contava apenas com mais um funcionário. O setor, no início da gestão, era comandado pelo ex-prefeito de Rio Grande da Serra Adler Kiko Teixeira (PSB) – hoje desafeto de Lauro.

No Planejamento, a titularidade também era exercida de maneira interina. Francisco José Rocha (PSDB), à frente de Finanças, respondia pela Pasta, que contava com 50 funcionários, entre comissionados e efetivos.

“Estamos trabalhando na contenção. Cerca de 30% dos cargos estão congelados. No governo do PT, tinham mais 330 vagas por nomeação, enquanto nós estamos com 225. É R$ 1,8 milhão de economia no mês (com a extinção das Pastas)”.

<EM>De acordo com dados do Portal Transparência da administração, de janeiro a novembro, o verde despendeu R$ 3,65 milhões com a Secretaria de Planejamento.




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