A recessão econômica atingiu fortemente o Brasil e está fazendo o País caminhar na marcha à ré. Dados divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que o PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre apresentou queda de 4,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Foi a pior retração registrada desde o início da série histórica, em 1996. A passos largos, a Nação se encolhe movida pela ineficiência de seus gestores.

Quais as causas do retrocesso? Não é preciso muito esforço para apresentar respostas ao questionamento. Algumas delas são conhecidíssimas: máquina estatal pesada, desequilíbrio orçamentário, falta de política fazendária de longo prazo, ausência de crédito, juros estratosféricos, carga tributária aviltante e insegurança jurídica, por exemplo. O Brasil daria salto de qualidade se conseguisse solucionar essas questões que atravancam o seu desenvolvimento – ou melhor, puxam-no para trás.

O desequilíbrio financeiro é tão grave que coloca em xeque as conquistas sociais dos dois mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o inventor e fiador de Dilma Rousseff. Depois de colaborar significativamente para que o Brasil deixasse de figurar no nefasto Mapa da Fome da ONU (Organização das Nações Unidas), fato inconteste, o PT se esforça para transformar seu legado em pó. Faz muito tempo que o partido e os políticos que sustentam o governo federal não fazem outra coisa a não ser se equilibrar no poder.

Enquanto tentam se desvencilhar das graves acusações de corrupção – que o neologismo petista, no esforço de dar novas definições às palavras, chama de malfeitos –, presidente, ministros, deputados federais e senadores simplesmente abandonaram seus compromissos com a Nação. Totalmente intoxicado, o noticiário que vem de Brasília reflete o momento com fidelidade: sem perspectiva de luz no fim do túnel. À população, resta torcer para que os ventos da política mudem. Só assim a economia terá chance de voltar aos trilhos – e o Brasil, de engatar marchas para frente.