Política Titulo Peça orçamentária
G-9 impõe derrota a Marinho e aprova emendas

Em represália a vetos, base governista avaliza Orçamento para 2016 com alterações em investimentos

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
26/11/2015 | 07:04
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Com apoio do G-9, grupo de vereadores governistas de São Bernardo que se intitulam independentes, a base de sustentação do prefeito Luiz Marinho (PT) impôs derrota ao governo na sessão de ontem e aprovou o Orçamento para 2016 com emendas, alterando as previsões de investimentos para o próximo ano.

Oficialmente, os parlamentares alegaram que havia necessidade de modificar peça orçamentária – projetada em R$ 5,1 bilhões – para atender demandas não contempladas no projeto formulado pelo Paço, mas nos bastidores a atitude foi vista como represália pelo fato de Marinho ter vetado projetos dos aliados.

Cerca de 50 emendas apresentadas pelos governistas e pela oposição foram apreciadas em bloco. Apenas os sete vereadores do PT – o presidente da Casa, José Luis Ferrarezi (PT), não vota – e o vereador Martins Martins (PCdoB) votaram contra as alterações, mas 19 optaram por apoiar as mudanças. No início da sessão, o G-9 acordou com os oposicionistas que avalizariam as emendas à peça orçamentária.

“Nós achamos necessário, num ano próximo da eleição, colocar (no Orçamento) as nossas ideias, aquilo que a população tem cobrado no nosso dia a dia”, justificou o vereador Rafael Demarchi (PSD), que integra o G-9.

Líder do governo no Legislativo, José Ferreira (PT) classificou a empreitada como “palanque”. “Essas emendas tiveram cunho eleitoral. É preciso respeitar o que a população colocou como prioridade nas audiências do OP (Orçamento Participativo)”, esbravejou o petista na tribuna, que foi contestado pelo oposicionista Pery Cartola (SD). “Não são emendas de cunho pessoal, são para atender projetos de diversas áreas”, argumentou.

É a primeira vez nesta segunda gestão que Marinho vê os parlamentares emplacarem a aprovação de emendas à peça orçamentária, justamente em momento de crise econômica. Em outubro, o Diário mostrou que já em 2015 o governo petista registrou deficit de R$ 1,2 bilhão nas contas públicas. O petista tem até 15 dias para decidir se veta ou se ratifica as emendas. Se optar pela primeira opção, a análise do prefeito volta para deliberação da Câmara, que decide se mantém ou se derruba o veto.

PLANO DE EDUCAÇÃO
Programado para ser votado ontem, o PME (Plano Municipal de Educação) ficou para as próximas sessões. Sem consenso na bancada, que alegou não ter lido a proposta, o governo decidiu postergar a discussão da proposta.

Rafael Demarchi diz que objetivo é PSD ter candidato próprio ao Paço

Cotado para liderar possível projeto de candidatura do PSD à Prefeitura de São Bernardo em 2016, o vereador Rafael Demarchi disse que o objetivo do presidente nacional do partido, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, é que a legenda concorra à sucessão do prefeito Luiz Marinho (PT) no ano que vem.

O parlamentar, porém, ponderou que a empreitada “não é fácil”. “Ele (Kassab) quer que o PSD tenha candidato a prefeito, mas ele sabe que não é um desenho tão simples. Você precisa ter time, montar chapa”, frisou o parlamentar, que foi candidato a deputado federal no pleito de 2014 – recebeu 31.583 votos.

Sobre possível apoio ao secretário de Serviços Urbanos da cidade, Tarcisio Secoli (PT), indicado por Marinho ao páreo, Rafael desconversou. “O Kassab nos deu a liberdade para escolher se vamos andar na eleição do ano que vem ou do lado do PT, ou do lado do PPS ou até com o PSDB”, despistou o parlamentar, que rechaçou a possibilidade de aceitar compor como candidato a vice-prefeito.
 




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