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Médicos lançam ranking dos melhores e piores planos de saúde
20/11/2003 | 23:36
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A Associação das Clínicas e Consultórios Médicos do Estado de São Paulo (Acoesp) divulgou nesta quinta-feira um ranking de melhores e piores planos de saúde. De acordo com a pesquisa, os cinco piores são Samcil, Amesp Saúde, Serma, Interclínicas e Blue Life. Na lista de melhores, estão Omint, Skill, Mediservice, AGF Saúde e Bradesco.

A pesquisa avaliou seis itens do relacionamento entre médicos e operadoras (medicinas de grupo e seguradoras): remuneração para consultas, pontualidade do pagamento, processo de autorização de procedimentos, facilidade de comunicação com o convênio para resolver problemas, não pagamento de consultas ou exames realizados (glosas) e burocracia (preenchimento de guias e exigência de relatórios).

O coordenador da pesquisa, o médico Lúcio Lovisotto, explica que os itens são importantes na rotina das clínicas e norteiam a qualidade do serviço prestado ao paciente. "Queremos que os planos saibam como são vistos pelo médico para que possam melhorar", diz. "No fim das contas, quem sairá ganhando é o paciente."

A pesquisa foi feita entre junho e agosto, por meio de questionário; 103 médicos participaram.

Deficiências - A Samcil aparece como a pior operadora para quatro dos seis itens pesquisados pela Acoesp. A empresa foi mal cotada pelos médicos quando o assunto é autorização de procedimentos para o paciente, remuneração pelos serviços prestados, glosas e comunicação com a empresa quando há problemas a serem resolvidos.

A Amesp Saúde é a primeira no ranking das piores em termos de burocracia. Já a Interclínicas aparece como a que mais atrasa os pagamentos dos médicos. Outras entidades médicas já apontaram os mesmos problemas que aparecem na pesquisa da Acoesp. Além disso, essas falhas do setor das operadoras têm sido discutidas na Comissão Parlamentar de Inquérito dos Planos de Saúde, em Brasília.

Em nota oficial, a Samcil considera "irrelevante o universo pesquisado". "A metodologia da pesquisa, a partir de perguntas abertas e respondidas pela Internet é duvidosa e de fácil manipulação."

Análise semelhante foi feita pela Serma. De acordo com sua nota, a base de dados da pesquisa é muito reduzida para julgar a empresa. A nota explica que boa parte do atendimento ambulatorial é realizado em quatro centros clínicos próprios da Serma. "Se esses profissionais tivessem sido entrevistados, o resultado da pesquisa seria outro", diz a nota.

O plano mais bem cotado entre os médicos pesquisados, a operadora Omint, oferece um serviço diferenciado dos demais do mercado. A cobertura inclui, por exemplo, atendimento de emergências em viagens para o exterior. Por conta de suas características, a Omint atende clientes de classe social alta. Uma pessoa com 30 anos que queira entrar para o plano da Omint precisa desembolsar R$ 560 mensais; para quem tem 50 anos, a mensalidade sobe para R$ 1.346.

Autogestão - A Acoesp também avaliou os planos conhecidos como de autogestão. São aqueles organizados por grandes empresas, como Petrobras e Volkswagen, e oferecidos exclusivamente para seus funcionários e dependentes. Esses planos não são vendidos no mercado.

De forma geral, os planos de saúde de autogestão receberam colocações melhores do que os que são comercializados no mercado. "Em tudo, os de autogestão são melhores do que os planos comerciais", afirma Lovisotto. "Desde a remuneração até a dinâmica de autorização de procedimentos."

A explicação para o fenômeno é o fato de os planos de autogestão serem encarados como importante investimento das empresas em recursos humanos. Se o serviço é ruim, a saúde do funcionário pode ser prejudicada.




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