De um lado, bichos de pelúcia, perfumes e outros símbolos de vaidade típicos para a maioria dos adolescentes. Do outro, troféus, medalhas e cinturões conquistados com muito esforço nos ringues. O ambiente da casa da lutadora Pamela Paulada Silva, 16 anos, de Santo André, denota claramente todas as preferências de seu estilo peculiar.

Adepta do muay thai (arte marcial tailandesa) há dois anos, Pamela voltou na semana passada dos Estados Unidos com mais duas medalhas na bagagem. No evento, realizado na cidade de Baltimore pela associação de kung fu USKF (United States Kuoshu Federation), foi campeã no combate (venceu uma adversária norte-americana na categoria 60 kg) e ficou em segundo na luta com o bastão.

Integrante convidada para participar da competição pela equipe da academia Tan Lan, de São Caetano, a atleta lutou nas regras do boxe chinês, que tem pequenas adaptações com relação às do muay thai. "Gosto sempre de estar no ringue, não importa a modalidade. Cada luta é um passo importante para aumentar minha experiência. O que vale é participar com regularidade de torneios, para ter condições de almejar títulos cada vez mais importantes", comentou a atleta, que pela dedicação e força nos treinamentos passou a ser conhecida no mundo das lutas pelo singelo apelido de Pamela Paulada.

As duas conquistas na terra do Tio Sam reforçam os números positivos do cartel de Pamela, que além de títulos como o de campeã brasileira profissional de muay thai, agora registra 20 lutas e apenas duas derrotas.

A rotina é dividida entre o primeiro ano colegial e treinos diários. O preparo para as lutas precisa ser intenso e chega a ter requintes militares: inclui pular corda, corridas, rounds consecutivos de golpes nas manoplas e pads (aparadores), exercícios de força e também o sparring (treinos livres de combate).

O próximo desafio está marcado para setembro em luta-desafio em São Paulo. Mas os planos futuros de Pamela também incluem uma estadia de seis meses na Tailândia, onde vai morar e treinar integralmente em um dos maiores camps (academias) do País.

A atleta é treinada pelo mestre Juba e faz parte da Equipe Furacão. Atualmente, tem apoio de um colégio e uma clínica de estética da cidade. "Também vou reforçar meu preparo na luta de chão. Quero logo mais migrar para o MMA (sigla para mixed martial arts, também conhecida como vale tudo). Todo lutador moderno tem de ser versátil para ter sucesso na carreira", afirmou.