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Número de turistas fica abaixo do previsto no Litoral Norte
Do Diário do Grande ABC
26/12/1999 | 18:35
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Apesar dos dias de sol e calor deste fim de semana, o número de turistas no Litoral Norte de Sao Paulo foi considerado baixo. Segundo comerciantes e visitantes, na mesma época do ano passado nao havia mais vagas nas pousadas e as praias estavam lotadas. A queda no movimento é atribuída ao aumento abusivo de preços para o Réveillon do ano 2000 e ao fato das festas ocorrerem em fins de semana, eliminando as chances de um feriado prolongado.

"Durante a temporada fica tudo muito caro, mas como tem gente que paga qualquer preço, nao tem jeito", acredita a nutricionista paulistana Cibele Gatti Lopes, 27 anos, que está passando as férias na praia de Maresias. "Nao dá nem para sair à noite, dobra o preço de tudo."

O engenheiro Licínio Huffenbaecher, 39 anos, também acha que o movimento ainda está baixo na praia. "Falou-se tanto, mas tem bem menos gente que o esperado." Porém, para a estudante Giovana Maro, 17 anos, é tudo uma questao de tempo. "Ainda está vazio, mas vamos ver o que vai acontecer daqui pra frente. Acho que virao todos de uma vez."

O arquiteto Luciano Weber, 38 anos, que brincava com a filha Victória, 4, também em Maresias, acredita que durante a semana o movimento deve crescer. "O caos vai ser nos dias 30 e 31." Sua esposa, a estilista Rina, 37 anos, prevê o pior: "Muita gente deve passar o Ano Novo nas estradas como no ano passado". Para evitar esses problemas, o casal diz que procura sempre chegar na praia antes do Natal e voltar para Sao Paulo bem depois do Réveillon.

Na praia de Camburi, o movimento também foi considerado atípico pelos freqüentadores. "Acho que estao todos economizando para vir na passagem de ano", disse a universitária santista Bianca Rutigliano, 21 anos. "Cada ano que passa as coisas aqui ficam mais caras. Se continuar assim, vai ficar insuportável."

Os funcionários de hotéis e pousadas confirmam os depoimentos dos turistas. "Foi criada muita expectativa, mas a verdade é que a situaçao nao está boa para ninguém", admitiu o gerente da Pousada dos Condes de Maresias, Daniel Agostinho.

Segundo ele, as pessoas ficaram assustadas com os preços altos e as especulaçoes de que faltará água no litoral e haverá congestionamento nas rodovias. "Todos estao preferindo esperar as festas acabarem para pagarem menos. Temos muita procura para janeiro." Neuza Faria Rosa, funcionária da Pousada Bruxelas, na praia de Boiçucanga concorda. "Acho que as pessoas preferem esperar e pagar pacotes para o Nordeste."

O número de hóspedes abaixo das expectativas - em média apenas 50% das vagas disponíveis estao ocupadas -, fez com que muitas pousadas modificassem seus planos para as festas. "Resolvemos desfazer os pacotes de uma semana e cobrar as diárias usuais. Se todos nao se mexerem, os quartos vao ficar vazios", disse a dona da Pousada do Cacau de Camburi, Andréa Carvalho.

No entanto, mesmo com a queda do movimento em relaçao a 98, os comerciantes esperam uma invasao de turistas para o Ano Novo. "Aumentei em 70% o estoque de mercadorias", disse o dono do mercado Grupo Sales de Camburi, José Sales. Segundo ele, os produtos mais procurados como água, refrigerante, cerveja e paes - escassos em veroes anteriores -, nao devem faltar. "Triplicamos a produçao do pao em relaçao a um dia de fim de semana fora da temporada."

Mesmo assim, o gerente da padaria Super Pao de Maresias, Edivaldo Nunes, acredita que, ainda que se aumente a produçao, pode faltar pao para muita gente. "A demanda é muito grande, por mais que a gente se prepare, nao dá." Segundo ele, a produçao sobe em média de 1 mil para 10 mil paes por dia.




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