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Golpe imobiliário lesa 471 pessoas em Mauá
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
29/10/2009 | 07:34
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Investigação policial aponta que 471 pessoas em Mauá foram vítimas de possível golpe imobiliário aplicado dentro da Secretaria de Habitação entre junho de 2006 e outubro de 2008 na gestão de Leonel Damo. A polícia estima que o número de pessoas lesadas pode ser ainda maior.

Dentro do suposto esquema, o ex-secretário da Pasta, Altivo Ovando Júnior, é apontado pelas testemunhas como ‘coordenador' e é investigado pela polícia por crime de estelionato. O inquérito policial aponta que o grupo pode ter lucrado cerca de R$ 259 mil com o esquema.

Cada vítima afirma ter pago R$ 550 ao ex-secretário para inscrever-se em um programa de habitação popular que nunca saiu do papel. O valor seria o suficiente para pagar a pesquisa cadastral (R$ 50) e o restante quitaria a documentação necessária para dar início ao financiamento de casas populares. Mais de 100 pessoas lesadas já procuraram a polícia, que ainda investiga o destino dado ao dinheiro das vítimas.

Segundo funcionários da Prefeitura, o atual secretário de Habitação, Sergio Afonso dos Santos, entregou à polícia parte da documentação, que se refere ao esquema. A papelada foi encontrada dentro de caixas ‘largadas' pela administração de Leonel Damo na sede da Pasta. A Prefeitura ainda analisa cerca de 12 caixas com documentação sobre o caso.

A investigação aponta que a Cobansa Cia Hipotecária, investigada no processo, recebeu do Executivo cerca de R$ 2,5 milhões para fazer a captação de recursos federais. Como a contrapartida municipal foi paga, a administração do prefeito de Mauá, Oswaldo Dias (PT), deve exigir a entrega de 180 moradias. Não há qualquer menção sobre se parte das vítimas será contemplada.

GOLPE - Segundo vítimas, Altivo participava de reuniões de sindicatos para discursar sobre o programa. O ex-secretário afirmava que o projeto não tinha divulgação, pois tratavam-se das últimas unidades iniciadas pelo poder público. Em algumas ocasiões, o ex-prefeito Leonel Damo também teria indicado o projeto a trabalhadores do setor ferroviário da cidade.

Após a divulgação, os interessados cadastravam-se no programa por meio de duas empresas que prestavam serviço dentro da Secretaria de Habitação: GN Max e Minelli, também investigadas por estelionato. Apesar de trabalhar diretamente na Pasta, nenhuma delas tem ou teve qualquer contrato com a Prefeitura de Mauá.

Com os depoimentos, a polícia chegou ao nome de outras duas empresas: Sextatante e Etã Bezaleel, que também serão investigadas.




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