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Encantos do fundo do mar
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
22/09/2009 | 07:00
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Responda rápido: o que Caribe, Polinésia Francesa, África do Sul, Austrália e Brasil têm em comum? A dica está escondida nas profundezas de seus mares. São estes os melhores pontos do mundo para a prática do mergulho, esporte que conta com mais de 30 milhões de adeptos no mundo.

E a fixação por desvendar os mistérios e peculiaridades do habitat submarino não vem de hoje. Há 4.000 anos, no Japão e na Coréia, já se registrava o uso de técnicas de imersão em águas salgadas para a busca de alimentos. Em algumas guerras, o fundo dos oceanos também serviu como alternativa de caminho para resgatar armamentos e empreender ataques ao inimigo.

O mergulho como prática esportiva, no entanto, só surgiria em 1943, quando o oceanógrafo Jacques Cousteau, na época capitão da Marinha Francesa, e o engenheiro Emile Gagnan inventaram o aqualung - cilindro portátil de ar comprimido com um dispositivo que permite respirar embaixo d'água, também conhecido como scuba. Estava dada a largada para uma das atividades de aventura mais fascinantes do planeta, impulsionada pelo aperfeiçoamento de equipamentos cada vez mais seguros e acessíveis ao bolso dos aficionados pelo mundo subaquático.

"Os equipamentos estão em constantes inovações. Até poucos anos atrás, mergulhava-se com uma tabela para obedecer às regras do padrão mundial. Hoje, já é possível utilizar um computador de mergulho, espécie de relógio que calcula todas as informações da tabela. Antes ele era supercaro, mas agora não: é mais fácil de comprar. Também há computadores que você acopla ao respirador para medir os batimentos cardíacos e ter um parâmetro do consumo de ar, permitindo relacionar os limites da fisiologia do corpo do mergulhador com o que resta de ar no cilindro. Isso pode vir a ajudar em pesquisas", explica o gerente de produtos da Freeway Diving, Felipe Gamba.

Em solo - ou melhor, água - tupiniquim, a atividade soma 400 mil praticantes e cresce 20% ao ano, enquanto o resto do mundo registra aumento de apenas 5%. A quantidade de adeptos no País, no entanto, ganha proporções diminutas se considerado o incontável número de naufrágios e a imensa extensão da costa verde-amarela. Afinal, locais com boa visibilidade para efetuar o batismo não faltam a quem deseja arriscar os primeiros ‘passos' na vida de peixe em águas brasileiras. "O que falta é desmistificar o mergulho no Brasil", diz Gamba, lembrando que a atividade não requer preparo físico e pode ser praticada por pessoas de todas as idades.

Mas antes de embarcar na aventura submarina é importante estar a par das condições climáticas e dominar as técnicas de mergulho, seja ele livre (feito na superfície, geralmente com auxílio de nadadeiras, máscara e snorkel para respirar) ou autônomo (quando é utilizado equipamento com cilindro de ar comprimido para alcançar o fundo do mar).

Também conhecido como scuba diving, o mergulho autônomo exige certificação para alugar o cilindro e cair na água. A carteirinha é conseguida após um curso básico, oferecido em escolas de mergulho afiliadas de entidades internacionais (como Padi, CMAS, PDIC e Naui), que permite submergir a até 18 metros de profundidade. E também há aulas de nível avançado para os que ambicionam se especializar em cavernas, naufrágios, mergulho profundo ou em fotografias debaixo d'água.

O primeiro Parque Estadual Marinho do Brasil - Parcel Manuel Luís, no Maranhão -, por exemplo, é considerado privilégio exclusivo de mergulhadores experientes. Mas também é possível empreender aventuras subaquáticas em pontos menos perigosos, tão belos e ainda mais ricos em espécies de fauna e flora marinhas. A começar pelos santuários ecológicos de Fernando de Noronha (PE), Abrolhos (BA) e Bombinhas (SC), onde a natureza reina absoluta. Para os aficionados por lendas de piratas, sereias e tesouros perdidos no fundo do mar, por sua vez, a região Sudeste, especialmente o Litoral Norte de São Paulo e Sul fluminense, são fartos em naufrágios de navios ainda pouco explorados por mergulhadores.

E para quem pensa que a prática do mergulho é exclusividade do litoral, um conselho: visite a Chapada Diamantina, em Lençóis (BA), ou siga até Bonito, no Mato Grosso do Sul. Além dos rios e lagos que dão ao mergulhador livre a sensação de estar num imenso aquário natural, algumas cavernas situadas nesses dois locais proporcionam a perigosa emoção de praticar o mergulho autônomo - sempre com o imprescindível auxílio de uma lanterna - em meio a espeleotemas submersos e espécies raras de peixes adaptados à escuridão. Confira nesta edição as peculiaridades dos melhores pontos de mergulho no Brasil e no mundo.




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