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Ex-terceirizados da CPTM ficam sem receber rescisão

Prestadora de serviços Faísca deve férias atrasadas e 13º salário, entre outros benefícios

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
24/11/2015 | 07:01
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Cerca de 90 funcionários da Faísca Saneamento Ambiental, que eram terceirizados da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e atuavam fazendo a limpeza de estações de trem no Grande ABC, foram demitidos, mas estão sem receber a verba rescisória e atrasados de férias, 13º salário e outros benefícios.

Eles foram mandados embora no mês passado, logo após o contrato da Faísca com a CPTM ter chegado ao fim, no dia 20. Houve licitação para os serviços de limpeza na linha 10 Turquesa, ganhos por outra empresa. No dia 23, o Diário noticiou acúmulo de lixo nas estações, por causa de demora na vencedora da concorrência em assumir a atividade – em decorrência de medidas judiciais promovidas por outras participantes do certame.

Segundo o Siemaco ABC (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio, Conservação e Limpeza Urbana do ABC), a prestadora de serviços quer parcelar as verbas rescisórias e deixar de pagar a multa adicional de 10% do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) – que precisa ser recolhida ao governo federal –, depositando apenas a multa de 40% do FGTS diretamente aos trabalhadores. “Não podemos compactuar com isso”, afirma o presidente da entidade, Roberto Alves da Silva. Procurada pela equipe do Diário, a empresa não quis falar sobre os atrasos nos pagamentos.

Silva afirma que a entidade está orientando os empregados a entrarem na Justiça para a rescisão indireta, para a liberação do seguro-desemprego e do FGTS, e para a baixa na carteira profissional. Dessa forma, os empregados teriam condições de arrumar outro emprego com registro, já que, por enquanto, não houve a homologação. Com esse impasse, os trabalhadores – sem receber salário, verbas rescisórias e recursos atrasados e sem conseguir outro trabalho registrado –, ficam em situação difícil. É o caso da ex-funcionária Cricimaria Rodrigues da Silva, 36 anos, há sete na Faísca e que tem cinco filhos para sustentar. “Já estou com condomínio atrasado, as contas não param de chegar”, diz. Outro exemplo é de Marcelo Firmino, 46 anos e há 13 na empresa. “Minha mulher está doente e não tenho como comprar remédio para ela”, afirma. Os ex-empregados preparam para hoje pela manhã manifestação em frente ao sindicato, em Santo André, para pedir que a entidade colabore para a empresa dar baixa na carteira e pagar as verbas rescisórias. “Por causa da briga entre a empresa e o sindicato, a gente não recebe”, afirma Cricimaria.  




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