Política Titulo Editorial
Um 2016 nada próspero
Do Diário do Grande ABC
21/11/2015 | 10:13
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Arte/DGABC


 O fim do ano se aproxima e o espírito de paz dá lugar à preocupação a milhares de famílias por conta da crise econômica que se agrava no País. Uma das principais dores de cabeça é o desemprego. De janeiro a outubro, 33.080 postos formais de trabalho foram fechados no Grande ABC. Um dado alarmante.

Esse saldo, proveniente da diferença entre admissões e demissões, divulgado pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) ontem, é o mais baixo desde 2004, quando começou a série histórica disponível para consulta. Até então, o momento mais crítico havia sido em 2009, quando nos dez primeiros meses daquele ano, em que o Brasil fora afetado pela crise mundial, foram registrados 2.585 cortes, montante que representa 7,8% dos desligamentos, até agora, de 2015.

Para se ter ideia da gravidade da situação, somente no mês passado foram 5.770 dispensas, equivalente a 78,1% das 7.382 vagas fechadas de janeiro a outubro de 2014.

Neste ano, o principal setor atingido é o da indústria, que paga os melhores salários e tem maior valor agregado. Nessa área foram 19.492 demitidos. São trabalhadores, arrimos de família, que estão em casa, sem receber, com contas para vencer.

Analistas de mercado são quase unânimes em afirmar que esse ainda não é o fundo do poço e que a reação vai demorar a ocorrer. Ainda estão por vir inflação de dois dígitos, alta nos juros, queda na bolsa, diminuição nas vendas, baixa nas exportações e, consequentemente, o PIB (Produto Interno Bruto) em retração. E os empresários estão sem confiança para investir. Ou seja, o ciclo negativo tem algum fôlego.

A projeção é de 2016 nada próspero. Espera-se no mínimo controle das contas públicas, acerto no rumo econômico, austeridade fiscal, estabilidade política e empenho de todos os atores envolvidos no desenvolvimento. Uma expectativa difícil de ser efetivada em especial período par, em que as atenções estão voltadas para as estratégias eleitorais. Luz do crescimento somente em 2017, portanto.




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