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Gasolina sobe 1,5% nos postos da rede Petrobras
05/08/2004 | 23:00
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   A partir desta sexta, a gasolina está 1,5% mais cara nos postos de bandeira BR, da Petrobras. O motivo é um aumento de mesmo porcentual, que a BR Distribuidora determinou para o combustível que vende aos postos, repassando ao consumidor a alta de custo, provocada pelo reajuste de 19% no álcool anidro entre os dias 25 e 31 de julho. O álcool é misturado à fórmula da gasolina na proporção de 25%. Segundo o Sindcomb (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes, e Lojas de Conveniência do Rio), o aumento do álcool para os postos é repassado integralmente.

O aumento da BR acompanha reajustes que já vêm sendo feitos por outras distribuidoras de combustíveis nas últimas semanas, em torno de R$ 0,03 por litro (o que corresponde, em média, ao porcentual de 1,5%). Segundo o diretor da Unica (União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo), Antonio de Padua Rodrigues, o preço do litro do álcool anidro vendido pelo produtor subiu de R$ 0,65 para R$ 0,75 nas últimas duas semanas.

Levantamento de preços realizado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo), na semana passada, ainda não havia detectado o reflexo do aumento do preço do álcool anidro na gasolina. Segundo a ANP, o valor do litro da gasolina havia recuado 0,28% na semana passada. Segundo o Sindcomb, o impacto deverá ser sentido somente na pesquisa de preços que a agência vai realizar na semana que vem.

De abril até junho, o diretor da Unica lembrou que o álcool anidro já havia subido de R$ 0,40 para R$ 0,65 por causa das chuvas que atrapalharam a colheita da cana-de-açúcar. Segundo Rodrigues, a situação da safra deve voltar ao normal, porque parou de chover nos últimos 20 dias nas regiões produtoras de São Paulo. Ao ser questionado se o preço do álcool poderia recuar com o fim das chuvas, ele respondeu genericamente: ‘‘Tudo é possível. Só o mercado vai dizer.’’

O diretor do Sindicom (Sindicato das Empresas Distribuidoras, de Combustíveis e Lubrificantes), Alísio Vaz, preferiu não comentar o reajuste da BR Distribuidora. Ele lembrou que ‘‘cada empresa repassa preços no seu ritmo’’ e confirmou que outras companhias privadas já fizeram o repasse.

A ANP havia constatado no mês passado um aumento de 3% no preço do álcool que subiu em todo o país. No Estado de São Paulo, o reajuste do combustível foi de até 11%, segundo dados do Sincopetro (Sindicato dos Postos de Combustíveis do Estado de São Paulo). A entidade estima que em torno de 20% dos postos de combustíveis localizados no Estado (8,4 mil) já aumentaram seus preços. Até o fim desta semana, o Sincopetro informa que a totalidade dos postos paulistas deverá estar com novos preços para o álcool.

O atraso na colheita da cana-de-açúcar entre abril e junho também teve reflexos no preço do açúcar, que subiu 15%. Segundo Rodrigues, da Unica, como 60% da produção do açúcar vai para o exterior, a falta desse produto no mercado internacional contribuiu para a elevação da cotação da commodity.




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