Na carta deixada por Eric Harris, de 18 anos, o estudante diz ter lançado o ataque assassino contra os pais, professores e seus filhos que o ridiculizaram e adverte que haverá mais mortes até o dia 26 de abril, informou o jornal Denver Rocky Mountain News. "No momento, acabou. Se estao lendo isso, minha missao está completa. Terminei revolucionando a afliçao neo-eufórica de meu terror interno", diz a mensagem. "Seus filhos, que me ridiculizaram, que escolheram nao me aceitar, que me trataram como se eu nao valesse a pena, estao mortos. ESTAO... MORTOS".

Os investigadores tentam verificar a autenticidade da carta, mas a mesma contém a linguagem típica que o rapaz de 18 anos utilizava em sua página na Web, indicaram as autoridades ao jornal.

A carta apareceu logo depois que o Departamento Policial do Condado de Jefferson revelou as gravaçoes das ligaçoes desesperadas que a polícia recebeu dos estudantes presos dentro da escola, quando Harris e Dylan Klebold, de 17 anos, começaram a disparar.

Os sons misturados de dor e pânico podem ter dado aos investigadores mais informaçoes sobre a possibilidade de um terceiro suspeito, do qual os estudantes falavam desde o ataque.

Apesar de muitas testemunhas dizerem que Harris e Kelbold usavam capas pretas durante a matança, a gravaçao divulgada nesta sexta-feira revela que um dos primeiros policiais a chegar ao local informa sobre um atirador vestido com um capote branco. "Alguns estudantes, desde o começo, disseram ter visto três suspeitos, mas, no momento, só temos dois", disse o sargento Jim Parr, porta-voz do Departamento Policial do Condado de Jefferson.

Os investigadores tentam determinar se os dois atiradores tinham condiçoes de ter instalado sozinhos os 30 explosivos ou contaram com alguma ajuda no planejamento e execuçao da matança.

As autoridades estao revisando os vídeos que a câmera de vigilância interna registraram durante uma semana para buscar mais pistas, apesar de levantarem também a possibilidade de as bombas terem sido implantadas durante o baile de formatura realizado no sábado anterior.

Harris e Klebold eram integrantes da denominada "Máfia da capa preta", um grupo de marginais que habitualmente eram alvo do deboche dos atletas e outros adolescentes da escola, segundo Joe Stair, um membro do mesmo grupo.

Nos últimos dias, houve muita especulaçao em torno deste grupo - sobre suas roupas negras, a música techno-pop alema que escutavam - e Harris antecipou isso em sua carta. "Certamente vao tentar jogar a culpa na roupa que visto, na música que escuto ou na forma que escolhi mostrar a mim mesmo, mas nao". "Nao se escondam atrás das minhas decisoes. Vocês devem enfrentar o fato de que isso aconteceu como resultado de SUAS PROPRIAS DECISOES. Pais e professores (...) Ensinaram a estes meninos a serem ferramentas e ovelhas". "(...) Posso ter tirado suas vidas e a minha, mas isso foi obra de vocês. Professores, pais, QUE ESTE MASSACRE PESE SOBRE SEUS OMBROS ATÉ O DIA EM QUE MORREREM".

A carta conclui com um intrigante alerta: "Vocês podem pensar que o horror termina com a bala em minha cabeça, mas nao terao tanta sorte. Tudo que posso deixar para que decifrem é que mais mortes estao por vir. '12Skizto'. Vocês têm até 26 de abril. Adeus".

As autoridades estao tentando decifrar o citado código '12Skizto', embora alguns investigadores acreditem que se refira a um grupo musical.